Bruno Henrique expõe a instituição Corinthians de cabo a rabo
Julio Gomes
03/11/2019 17h56
Podem por aí na calculadora e somar as contratações mais caras do Corinthians para 2019: Bruno Méndez, Sornoza, Richard, Douglas, Everaldo. E você vai encontrar um valor 50% mais alto do que o Flamengo pagou por Bruno Henrique (segundo o site Transfermarkt).
Atacar o mercado sempre foi virtude de alguns dos grandes treinadores do mundo. Mourinho, Guardiola, Klopp, não são simplesmente técnicos.
É fácil olhar para o preço pago pelo Flamengo em De Arrascaeta e Gérson e "acusá-lo" de ter dinheiro demais. Mas Bruno Henrique, o melhor jogador do Brasil em 2019, expõe todos os outros. Porque custou pouco perto de tantas contratações feitas por Corinthians, São Paulo e Palmeiras na temporada.
Bruno Henrique meteu três gols no Corinthians. O Flamengo, que já atropelou Palmeiras e Grêmio recentemente no Maracanã, fez 4 a 1 e depois parou – senão, vinha mais.
O Flamengo foi o melhor nas contratações, na escolha do técnico, em basicamente tudo. Não à toa, transformou-se no time do país, com grande vantagem para o resto.
Um jogo como hoje deixa a instituição Corinthians exposta.
Expõe a diretoria, que contratou um monte de jogador que, somados, não dão meio Bruno Henrique.
Expõe o treinador, muito abaixo do rival. Carille precisa solucionar seu divórcio com a construção de jogo – ou precisa aprender.
Expõe os jogadores, que não correm como os rivais e que claramente estão incomodados com a bolinha que são demandados a jogar.
E expõe até a torcida, conivente com esse futebolzinho de resultados nos últimos anos.
Sobre o Autor
Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.
Sobre o Blog
Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.