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Libertadores tem as semifinais dos sonhos

Julio Gomes

30/08/2019 06h00

É claro que os torcedores de Palmeiras, Inter e outros vão discordar de mim. Mas, para quem vê de fora, sem paixão alguma envolvida, exceto a paixão pelo próprio futebol, as semifinais da Copa Libertadores da América são um sonho.

De um lado, o maior clássico do continente: Boca x River. Depois dos absurdos da final do passado, tudo o que esperamos é que Boca e River possam jogar bola, cada um em seu estádio, sem baderna e violência.

Tem que gente dizendo que a ida será no Wanda Metropolitano e a volta no Santiago Bernabéu :-)

Nada disso. Queremos Monumental e Bombonera. Queremos bola. E aqui, não em Madrid.

Do outro lado da chave, é sonho porque Flamengo e Grêmio são os times que mais jogam bola no Brasil.

Após uma vida de finanças em estado de calamidade pública, o Flamengo se acertou e, neste ano, fez contratações que são sacanagem. Acertou em cheio ao investir na dupla santista (Bruno Henrique e Gabriel), deu um golpe de mestre ao trazer Rodrigo Caio, Pablo Marí, Rafinha e Felipe Luís. A defesa, que era o ponto fraco, hoje é simplesmente uma defesa de nível europeu, nas mãos de um técnico europeu.

Posso estar me antecipando, mas o Flamengo esboça ser o grande time brasileiro desde o Corinthians do ano 2000 – o último, a meu ver, com bola para encarar qualquer grande europeu da época de igual para igual.

Enquanto o presente não se confirma, precisamos admitir que o Grêmio foi, nos últimos três anos, o time mais corajoso do país, apresentando ótimo futebol e colhendo resultados. Tanto que, antes de Abel e Jesus, quem o Flamengo queria mesmo era Renato.

É o melhor da atualidade contra o melhor dos últimos anos. Times corajosos, ofensivos, que fogem da ditadura de resultadistas e covardes. Técnicos com elencos nas mãos e grande capacidade.

De um lado, uma ultrarivalidade, o jogo que para um país. Do outro, muito futebol, muito talento, muita coragem, que andava em falta.

Hoje, o River é melhor que o Boca e o Flamengo é melhor que o Grêmio. Muita coisa pode mudar até outubro, quando serão jogadas as semifinais. E desconfiar de camisas como as de Boca e Grêmio, ainda mais em Libertadores. Não convém.

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Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.


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