O futebol do Palmeiras nunca importou menos
Julio Gomes
10/04/2019 23h48
O Palmeiras fez um jogo protocolar contra o Junior Barranquilla. O time é bastante superior, foi lá, ganhou por 3 a 0, Dudu teve sua melhor atuação no ano, a Libertadores está encaminhada.
Mas o que importa?
Não é possível dissociar o jogo do que aconteceu antes dele. Meia dúzia de animais atiraram paus e pedras no ônibus do próprio time. Em teoria, revolta de fanáticos pela eliminação contra o São Paulo, no Paulista.
Resultado: os jogadores não comemoraram os gols com a torcida. O estádio teve um clima esquisito durante todo o jogo. Ninguém falou com os jornalistas ao final da partida. Uma vitória que parece ter sabor de litígio.
"Somos profissionais, vamos fazer o nosso, mas não queremos saber de quem nos atira pedras". Mais ou menos essa a mensagem do elenco palmeirense.
Mas será que isso é justo com os dezenas de milhares – milhões – que não tiram pedras em ninguém?
Está na hora de clubes e torcedores comuns retomarem o "poder". Chega de tanto protagonismo para uniformizados. Essa turma precisa ser sufocada economicamente pelas entidades-mãe (clubes) e sufocada criminalmente por polícia e ministério público.
Enquanto seguirem livres e soltos para fazer o que quiserem, seguiremos falando do que não importa.
Sobre o Autor
Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.
Sobre o Blog
Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.