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Jogaço da Suíça deixa casca de banana no caminho do Brasil

Julio Gomes

22/06/2018 19h09

Brasil x Sérvia, quarta, em Moscou. Não há margem de erro para a seleção. Após a vitória dramática contra a Costa Rica, o Brasil pode empatar com a Sérvia para ir às oitavas. Mas, se perder, estará eliminada.

Perder para a Sérvia seria um absurdo? Não. Essa é a casca de banana que a Suíça jogou para o Brasil, após fazer um jogo espetacular nesta sexta-feira, em Kaliningrado.

Aqui é a base da Sérvia na Copa. Dezenas de milhares estão ou vieram até a cidade, e o estádio virou um caldeirão. Os torcedores sérvios apoiam constantemente e ferozmente. Havia também o componente político. O ódio de alguns torcedores sérvios em relação aos suíços de origem albanesa ou kosovar, especialmente Shaqiri.

Some a tudo isso um início fulminante dos sérvios, fazendo um gol e criando chances. Ou seja, a coisa estava feia para a Suíça. Muito feia.

Ainda assim, os caras foram lá e viraram o jogo, no melhor estilo contra tudo e contra todos. Isso serve também para algumas pessoas verem que não é só no Brasil que se joga bola no mundo. Empatar com esse time da Suíça, hoje em dia, está longe de ser uma catástrofe, como algumas pessoas pintaram.

E agora, a Sérvia. O Brasil joga pelo empate, e isso é uma grande notícia – ainda que o empate deixe a seleção provavelmente na segunda posição no grupo. Mas, à parte essa grande notícia, há outras menos animadoras.

Primeiro, o fator casa. A Sérvia novamente jogará com a torcida toda a seu favor, no jogo de quarta, em Moscou. Os sérvios são basicamente os únicos europeus que vieram em peso para essa Copa, até porque existe uma relação fraternal entre os povos. Russos estão com sérvios, sérvios estão com russos. Em muitos momentos, no estádio de Kaliningrado, o grito de apoio saía alternado da arquibancada. "Rús-si-a. Sér-vi-a. Rús-si-a. Sér-vi-a".

O segundo fator preocupante é que a Sérvia tem um bom time de futebol, com aquela mistura que considero ideal. Experiente atrás, com jogadores calejados e com história no futebol europeu, e jovem na frente, com gente destemida e de velocidade.

O terceiro fator preocupante é que a Sérvia é muito boa na bola alta. Muito mesmo. É um time físico, forte, que usa e abusa desse tipo de jogada.

O Brasil é melhor? Sim, o Brasil é melhor. Mas não é nada bom chegar à última rodada já tendo um jogo eliminatório. Se perder, está fora.

E acho que após as partidas iniciais, e com tudo o que vimos na Copa até agora, talvez o pessoal já tenha entendido que o futebol mudou de verdade. O equilíbrio é tremendo. A Suíça se livrou do problema de maneira corajosa, mostrou muita força em um estádio hostil, em condições hostis. Agora a batata quente está com o Brasil.

 

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Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.


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