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Fluminense devia mais respeito a Diego Cavalieri

Julio Gomes

28/12/2017 23h09

A lista de dispensas anunciada pelo Fluminense nesta quinta-feira tinha alguns nomes desconhecidos, como os de Maranhão ou Higor Leite. Um jogador de Copa do Mundo (fazer o quê?), como Henrique. E um goleiro que fez história no clube.

Diego Cavalieri está no Fluminense desde 2011. Foi fundamental – não apenas mais um do elenco, repito, foi fundamental – no título brasileiro de 2012. E agora, é apenas mais um desempregado.

Cavalieri não é coitadinho. Deve ter recebido bem durante todo este período.

Mas espanta a falta de tato da diretoria do Fluminense ao colocar Cavalieri em uma lista cheia de "ninguéns" na história do clube. Assim, como apenas mais um.

Aliás, a lista é de uma burrice espantosa. Que o Fluminense está passando o pires, atrasando salários e que precisa se acertar financeiramente, isso todo mundo sabe. Que alguns desses caras não renderam e não querem nem saber de nada, todo mundo sabe. Que dispensar jogadores é necessário para enxugar a folha, totalmente compreensível.

Mas fazer isso antes de chegar ao acordo com os jogadores que ainda estão sob contrato? O Flu não é o primeiro nem o último a fazê-lo, mas segue sendo inacreditável ver acontecer à nossa frente, em tempos de ultraprofissionalismo.

Ao anunciar as dispensas, o clube se coloca em péssima posição para negociar com os jogadores ou com outros clubes interessados. É burrice, falando o português claro.

E aí voltamos a Cavalieri, que ainda teria mais dois anos de clube. E que, por sinal, claramente tem mercado, poderia, de repente, ser trocado por algum jogador de outro clube, de salário mais baixo.

Não é porque o goleiro foi campeão em 2012 que precisa ficar para sempre – ele já sabia que sairia. Mas estamos falando de um profissional que sempre honrou o clube, nunca se meteu em polêmica, ficou quieto esquentando o banco o ano todo, quando voltou, jogou bem. Foi exposto ao ridículo sem merecer.

Não é necessário fazer uma estátua para ele na porta das Laranjeiras. Mas poderia ser organizada uma homenagem, uma coletiva de despedida, um vídeo com os grandes momentos dele nas redes sociais. Enfim, que um mínimo de gratidão fosse demonstrado em um momento desagradável para todo mundo.

Triste o clube que não cultiva nem respeita ídolos.

 

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Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.


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