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Palmeiras e Eduardo Baptista podem se reencontrar na Libertadores

Julio Gomes

15/06/2017 03h04

O sorteio da fase de mata-mata da Copa Libertadores da América colocou frente a frente Santos e Atlético Paranaense, no único confronto doméstico da fase de oitavas de final. Outros duelos entre brasileiros podem ocorrer nas quartas e nas semifinais. Um deles entre Palmeiras e Eduardo Baptista.

Para que ocorra o reencontro, o Palmeiras precisa passar pelo Barcelona de Guayaquil e o Atlético-PR, hoje treinado por Baptista, pelo Santos.

Após o título brasileiro e a decisão de Cuca de dar um tempo com o futebol para resolver problemas familiares, o Palmeiras anunciou a contratação de Baptista, um técnico novo e ainda sem conquistas de peso no cenário nacional. O casamento durou menos de seis meses.

O anúncio pareceu ter menos a ver com desempenho ou com a derrota para o Jorge Wilstermann, na Bolívia, pela Libertadores, e mais com a informação de que Cuca estava novamente disponível no mercado. Ficou claro que Baptista era um técnico tampão, até que Cuca voltasse.

Com ele, o Palmeiras foi eliminado do Paulistão pela Ponte Preta, na semifinal, e ficou praticamente classificado na Libertadores – apesar de os resultados terem vindo de forma dramática. Foram 14 vitórias, 4 empates e 5 derrotas (aproveitamento de 66,7%).

Desde o retorno de Cuca, o clube soma 4 vitórias, 1 empate e as mesmas 5 derrotas em um período de pouco mais de um mês (43,3% de aproveitamento). Já o Atlético-PR, desde a chegada de Baptista, 20 dias atrás, ganhou 2, empatou 2 e perdeu 2 (44,4%).

Os dois times também estão vivos na Copa do Brasil. E podem se enfrentar nas semifinais, caso o Atlético-PR passe pelo Grêmio e o Palmeiras elimine o Cruzeiro nas quartas.

Histórico

Antes de pensar em um possível reencontro com o Palmeiras, Eduardo Baptista precisará levar o Atlético-PR a uma classificação diante do Santos nas oitavas da Libertadores.

Os dois times se enfrentaram no último fim de semana, pelo Brasileiro, e o Santos ganhou por 2 a 0 na Arena da Baixada – onde, por sinal, só perdeu uma vez nas últimas quatro visitas. O Santos venceu os últimos 10 jogos que fez como mandante contra o Atlético-PR.

A última derrota para o adversário na Vila Belmiro veio justamente em um jogo de Libertadores, em 2005. Naquela ocasião, os times se enfrentaram nas quartas de final. O Atlético-PR venceu a partida de ida por 3 a 2. Sem Robinho e Léo, convocados pela seleção para a Copa das Confederações, o Santos perdeu o jogo de volta por 2 a 0, na Vila – o Atlético-PR seguiria até a final, onde perderia para o São Paulo.

Contra o Palmeiras, o Atlético-PR tem a lembrança de ter passado pelo rival no mata-mata da Copa do Brasil de 2013, mas foi eliminado em 2010 e 2012. Em casa, o time paranaense ganhou só um dos últimos seis jogos que fez com o Palmeiras. Nos últimos dez anos, foram dez jogos e sete empates entre eles em Curitiba. No mesmo período, em dez jogos com mando palmeirense, foram oito vitórias dos paulistas.

Caso o Santos passe pelo Atlético-PR e enfrente o Palmeiras na Libertadores nas quartas de final, seria mais um duelo decisivo entre dois clubes que sempre tiveram a rivalidade menos quente entre os grandes de São Paulo. Mas que, após décadas sem se enfrentarem em finais, passaram a protagonizar desde 2015 duelos emocionantes pelo Paulistão e Copa do Brasil.

Nesta quarta à noite, o Santos estreou o técnico Levir Culpi ganhando por 1 a 0 do Palmeiras pelo Brasileirão, na Vila. Foi a terceira vitória seguida desde a demissão de Dorival Júnior.

Sempre é bom lembrar que as oitavas de final da Libertadores só serão disputadas em julho e, antes de pensar em enfrentar Santos ou Atlético-PR, o Palmeiras terá de passar pelo duro duelo contra o Barcelona equatoriano.

Outro possível duelo brasileiro

Do mesmo lado da chave, estão outros dois clubes brasileiros: Grêmio e Botafogo. Ou seja, são cinco brasileiros entre oito times, o que torna a presença de um deles na final algo bem provável.

O Grêmio, devido à campanha na primeira fase, decide em casa todos os duelos nesta chave até a decisão. Nas oitavas de final, terá um duelo complicado contra o argentino Godoy Cruz, melhor segundo colocado da fase de grupos. Será outro confronto inédito entre os clubes, com primeiro jogo em Mendoza e volta em Porto Alegre.

Quem passar, irá enfrentar nas quartas de final o classificado do confronto entre Botafogo e Nacional do Uruguai, mais um confronto inédito. O Nacional não vive o melhor momento de sua história, mas já ganhou a Libertadores três vezes – a última, em 1988.

Grêmio e Botafogo já se enfrentaram na atual edição do Brasileiro, logo na primeira rodada, com vitória gremista por 2 a 0.

A única possibilidade de haver uma final brasileira na Libertadores depende do Atlético Mineiro sair vencedor de seus confrontos de oitavas, quartas e semi no outro lado da chave.

O Galo, que vive péssimo momento na temporada e perdeu mais uma no Brasileiro, ocupando a zona de rebaixamento, pelo menos foi o que acabou sorteado contra o rival menos duro na competição sul-americana. Enfrenta o Jorge Wilstermann, da Bolívia.

Se passar, nas quartas de final o Atlético Mineiro enfrentará ou o temido River Plate ou o Guaraní paraguaio. Em qualquer caso, o confronto também seria inédito, assim como contra o Wilstermann.

Se chegar à semifinal, o Galo enfrentará quem sair do quadrante que tem San Lorenzo-ARG, Emelec-EQU, Lanús-ARG e The Strongest-BOL.

 

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Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.


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