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Arbitragem, no Rio, técnicos, em SP, definem clássicos

Julio Gomes

16/02/2014 18h06

O erro do árbitro de linha, no Rio, beira o inacreditável. A imagem da bola a 600 metros da linha do gol e ele olhando atentamente para o lugar certo (e não checando o horário de verão, batendo um papo com repórter atrás do gol ou vendo um belo traseiro passar ali por perto) constata o que já sabíamos: pode ter 500 árbitros, o futebol continuará sendo bastante injusto enquanto a eletrônica não fizer parte dele.

A tecnologia custa caro? Paciência. Não é possível um esporte que movimente tanto dinheiro estar passível de erros como este. Erros, com ou sem intenção, que determinam jogos e títulos. O futebol é um esporte bastante subjetivo. Podemos ver muitas e muitas vezes o mesmo lance e, se para um será pênalti e expulsão, para outro será amarelo por simulação. Não falo da eletrônica para determinar faltas, cartões, etc. No entanto, bola dentro ou bola fora não tem subjetividade. É o mínimo. Dar o gol que foi. Não dar o gol que não foi.

Puxa, mas como fazer na várzea? Oras. Quando eu jogo tênis com algum amigo não tem olho do falcão para nos ajudar. No US Open, tem. É natural que o futebol possa ter esse investimento nos grandes estádios, nos grandes campeonatos, os que movimentam milhões. Em outros campos, não haverá. Paciência. Melhor termos a justiça em alguns jogos (os mais importantes) do que em nenhum.

Se o no Campeonato Inglês existe a tecnologia, se na Copa das Confederações ela estava "instalada" em nossos estádios… por que a CBF, cheia da grana, nadando no dinheiro que rende seu produto, a seleção brasileira, não faz o mínimo para melhorar a qualidade e credibilidade do esporte mais importante do país?

Não assisti ao Flamengo x Vasco de hoje. Mas qualquer análise ficará sempre em segundo plano diante do absurdo gol não dado para o Vasco. E o hiperduvidoso gol, que era o de empate, dado para o Flamengo.

Em São Paulo, Corinthians e Palmeiras fizeram um jogo, ainda bem, sem influência alguma da arbitragem.

O Corinthians foi melhor do que o Palmeiras. O primeiro tempo foi equilibrado, com ligeiro domínio do Palmeiras com a posse, enquanto o segundo foi todo do Corinthians – até os técnicos mexerem. Quando fez o gol, o time corintiano já deveria estar ganhando com sobras. Gostei da construção do meio de campo com Ralf atrás, Guilherme pela direita, Bruno Henrique pela esquerda e Jádson no topo do diamante. Sem a bola, Jádson se posicionava à esquerda, fechando a linha de quatro no meio.

Jádson foi bem na estreia. É um jogador raro de meio de campo e com mobilidade e vontade para fazer mais funções. Para mim, o São Paulo errou ao entregar seu projeto nos pés de Ganso, não de Jádson. O Corinthians vai se dar bem. Guilherme e Bruno Henrique (que, na Lusa, jogava muito melhor pela direita do que pela esquerda) são dois volantes como muito bom passe e distribuição de bola. Só que não finalizam bem.

Finalizar bem vem sendo o grande problema para o Corinthians, de Tite ou Mano. Alguns gols perdidos por Romarinho e Guerrero foram inaceitáveis, sem tirar os méritos do ótimo Fernando Prass. Os atacantes perdem chances e os volantes estão longe de ser um Paulinho na hora de matar jogadas. Talvez o Corinthians precise mesmo é de um Alan Kardec da vida. Eu disse o Corinthians, não a seleção, por favor.

Mano Menezes mexeu cedo demais para defender o placar no Pacaembu. É verdade que Jádson e Bruno Henrique sentiram o cansaço, mas as mudanças chamaram o Palmeiras para o empate. E Gilson Kleina foi bem ao perceber isso e fazer as mudanças contrárias, empurrando o time para frente. Quando a fase de um é ruim, a do outro, ótima, nunca é bom deixar as coisas nas mãos da sorte.

 

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Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.


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