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Rafinha e Fernandinho, chamadas justas. Kaká e Lucas, 99,9% fora

Julio Gomes

11/02/2014 12h40

A convocação de Luiz Felipe Scolari não teve grandes novidades. Os dois nomes que não fizeram parte de listas anteriores e podem atropelar na reta final são Fernandinho e Rafinha.

Duas convocações justíssimas. Rafinha virou titular no Bayern de Munique com a chegada de Guardiola, o que levou Lahm, um dos grandes laterais do mundo, ao meio de campo.

Guardiola usa Rafinha como usava Daniel Alves no Barcelona. Um lateral absolutamente ofensivo, uma opção para espalhar o campo e dar profundidade pela direita.

Ainda considero Maicon um nome certo para a Copa do Mundo. Além de ter uma característica de jogo diferente de Daniel Alves, Maicon aporta experiência, bom humor, espírito de grupo. Mas Felipão se deu conta de que não tinha um terceiro lateral, caso algum imprevisto aconteça com Daniel ou Maicon.

O nome é o de Rafinha. Se não decepcionar, fica ali de stand by.

Com Fernandinho, a coisa é diferente. Pelo que disse Scolari na entrevista coletiva após a convocação, ele foi chamado para ser uma opção a Lucas Leiva, que se lesionou.

Mas o fato é que Fernandinho se encaixa muito melhor como segundo volante – onde, convenhamos, a seleção está mais bem servida do que em outras posições (com Paulinho, Ramires e Hernanes, todos testados e aprovados).

A ausência de Hernanes na lista desta terça-feira deixa uma pulga atrás da orelha. Eu acho muito, muito difícil que Felipão abra mão de levar mais um volante de contenção, além de Luiz Gustavo. Vejo Lucas Leiva bem na fita nesse sentido – a não ser que Felipão leve a sério a possibilidade de usar David Luiz por ali, como José Mourinho vem fazendo no Chelsea. Até hoje, não deu sinais disso.

Se Fernandinho convencer, arrebentar, será que pode sobrar para Hernanes? Na minha opinião, sim, pode. Não vejo a possibilidade de os dois serem convocados, salvo algum problema físico com Paulinho ou Ramires.

Aliás, faça-se justiça a Mano Menezes, que muitas vezes chamou Fernandinho e era acusado pelos levianos de estar fazendo esquema para seu empresário.

Há jogadores que acabam sendo vítimas colaterais de acusações insanas e sem qualquer tipo de prova. Fernandinho virou um deles, só porque jogava no Shakhtar Donetsk e as pessoas mal sabem onde fica a Ucrânia.

Fernandinho sempre foi bom jogador. Basta lembrar que fez gol de título mundial sub-20, em 2003, contra a Espanha. É um atleta que mostrou-se, ao longo da carreira, capaz de atuar de maneiras diferentes e em várias posições.

No City, ao lado de Yaya Touré, forma uma dupla de volantes que, se não traz tanta solidez defensiva, dá um suporte incrível ao ataque mais positivo da Europa na atualidade.

A lista atual terá ainda um goleiro e dois atacantes (a priori, Fred e Jô). A lista final terá um terceiro goleiro, um zagueiro (uma interrogação que só será desfeita no dia da convocação), um lateral esquerdo (Maxwell, com Filipe Luís de back up) e um volante (Lucas Leiva? Hernanes? Ou os dois, sem Fernandinho).

Kaká e Lucas Moura, ausentes da chamada para o último amistoso, agora me parecem oficialmente cartas fora do baralho. Salvo algo absolutamente extraordinário.

Lucas é a opção a uma lesão de Bernard, Hulk ou Neymar. Kaká se deu mal com o crescimento de Willian no Chelsea. Demorou para sair do Real Madrid, parece que o preço será não estar na Copa de 2014.

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Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.


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