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Julio Gomes

Santos vence clássico de um time só

Julio Gomes

12/06/2019 23h24

Será que o Santos será capaz de perseguir o Palmeiras no segundo semestre? Pode ser.

Está fora da Copa do Brasil, está fora da Sul-Americana e tem se mostrado um time na mão de Sampaoli. Não é um elenco maravilhoso, longe disso, mas terá tempo para treinar, descansar e jogar. Nas mãos de um bom técnico, coisas boas podem acontecer.

O fato é que o Santos e o Flamengo parecem ser os únicos capazes de perseguir o Palmeiras. E o Flamengo, logicamente, tem o mesmo problema de calendário do Palmeiras e, em cima disso, mais pressão por título e um técnico novo, que vai saber no que vai dar.

O Corinthians, também com calendário "limpo", prometia, nas mãos de Carille e com um elenco melhor que o do ano passado, se colocar na briga pelo título brasileiro. Creio que o clássico desta quarta, na Vila, tira de vez esta ideia maluca da frente.

O clássico foi um jogo de um time só. Um banho de bola do Santos (19 finalizações a 2, nem precisamos ir mais longe). Sampaoli já havia dado um banho em Carille na semifinal do Paulista, mas os pênaltis penderam para o lado corintiano. O placar foi só de 1 a 0 na Vila, mas poderia facilmente ter sido mais amplo.

É incrível a inoperância ofensiva do Corinthians. E não deixa de ser surpreendente, rodada após rodada, observar como o Santos coloca em prática padrão de jogo, ideias, agressividade. Não é um sistema refém de jogadores e muito menos do adversário.

Vai perder, claro. E, quando perde, costuma perder com estilo, como foi contra o Palmeiras. Mas o Santos não pode mais ser considerado uma anomalia. É uma realidade, e a perspectiva é de que só coisas boas possam acontecer na pausa da Copa América.

Um ano atrás, Sampaoli era a humilhação em pessoa, caminhando pelos campos de treinamento da Argentina na Rússia. Hoje, pelo menos aqui na nossa realidade, a volta por cima está dada.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.