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Julio Gomes

O Liverpool emociona e ensina que é possível sorrir no futebol

Julio Gomes

07/05/2019 17h55

O que o Liverpool fez nesta temporada até agora, mesmo antes que ela acabe, é se aplaudir de pé, com lágrimas nos olhos e peito apertado.

Os que amamos o futebol precisamos admirar. Não pelas vitórias, pelos gols ou pela torcida. Mas pela raça, o coração, a vontade. O Liverpool, seu técnico e seus jogadores, nos dão lições atrás de lições. Eles nos ensinam que lutar vale a pena. Eles nos ensinam que é possível sorrir nas derrotas. Eles nos ensinam que é possível vencer mesmo quando tudo está contra nós.

Não, não basta querer. Mas querer é muito necessário.

Enquanto o Liverpool comemora seu surreal 4 a 0 sobre o Barcelona, com a classificação para a segunda final seguida de Champions League, eu me lembro de dois momentos de Jurgen Klopp, o melhor técnico do mundo há pelo menos duas temporadas.

Após a derrota por 3 a 0 no Camp Nou, quando não houve qualquer tipo de repreensão, chororô ou mimimi. O que houve em Barcelona foi a admiração pelo gol de falta antológico de Messi. E me lembro da entrevista dada na véspera da segunda partida semifinal: "podemos perder, mas vamos tentar fazê-lo de um jeito bonito".

Bonito é competir com lealdade e vontade. Bonito não é ganhar "do jeito que for". Bonito é sorrir, não sofrer.

Messi perdeu um gol que não costuma perder no primeiro tempo. Poderia ter decidido tudo ali. O gol perdido não faz dele pior, segue sendo o melhor do mundo. Mas seria um pouco demais o Barcelona ganhar tudo na temporada só com Messi. E essa temporada foi isso, Messi e quase nada mais.

O Liverpool foi o melhor time da eliminatória e o melhor time da Champions League. Talvez seja campeão, talvez não. Assim como na Premier League. Não há nada o que dizer sobre resultados, apenas aplaudir e se emocionar.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.