Início de Sampaoli coloca em xeque técnicos brasileiros
Eu não acho Jorge Sampaoli um gênio. Na verdade, pelas atitudes, coletivas de imprensa, etc, parece ser um cara meio mala. Não sou um resultadista, portanto não dou o mesmo valor que tanta gente dá ao resultado final. "Ganhou, está bom. Perdeu, lixo".
O "ganhou o quê?" é uma pergunta desafiadora que eu simplesmente ignoro, já vou avisando.
Se o Santos fará uma ótima, boa, regular, má ou péssima temporada, só saberemos no fim do ano. Em função dos resultados e, principalmente, em função do desempenho.
O cara chegou há menos de um mês. O Santos perdeu seus melhores jogadores e não trouxe quase ninguém. Fez três jogos oficiais. E o time já tem uma cara, um jeito de ser, uma identidade.
Qual a identidade do Flamengo de Abelão? Só para usar um exemplo.
Por que treinadores brasileiros não têm ideia de jogo?
A resposta passa, sem dúvida, pelo resultadismo que marca nossa sociedade. Para torcedores, jornalistas, dirigentes, só importa se ganhou ou se perdeu. Não importa o como. Não importam os caminhos.
O caminho mais fácil de ser construído é o da destruição. Defesa firme, compacta, ajustada. Depois vemos como fazer para ganhar o jogo. Isso não é identidade, é apenas uma organização básica do jogo.
Se você é refém de resultados, a vida se transforma em uma busca por eles. Sem filosofia alguma, apenas com a prática necessária. Os técnicos brasileiros, quase todos, vivem nessa dinâmica.
Por isso um sujeito como Fernando Diniz é considerado um ET. E o mesmo acontecerá com Sampaoli. As rupturas incomodam. Então, podem estar certos que as críticas virão nas primeiras derrotas. É o que acontece com Diniz, é o que acontecerá com Sampaoli, é o que acontecia com Osorio e assim será com qualquer um que tente implementar uma impressão digital a um time.
Não estou falando que este conceito é melhor que outros. E nem falando que Sampaoli é melhor que todos os técnicos brasileiros. Apenas pontuando que existe um conceito, existe uma visão aplicada de futebol. E, dentro deste conceito, existe a busca por intensidade e organização, o que é um mérito.
Aqui nos acostumamos a ouvir que "não há tempo para nada" quando se trata de treinar times de futebol. É verdade que falta tempo. Mas não só tempo.
Sampaoli, com um grupo medíocre de jogadores, bastante abaixo dos outros três grandes de São Paulo, nos mostra que não é preciso tanto tempo assim para que um time jogue do jeito que um treinador quer.
O que falta por aqui é treinadores quererem algo mais do que o óbvio.
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