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Julio Gomes

Onde está o espírito guerreiro do São Paulo?

Julio Gomes

22/09/2018 18h18

Mesmo que tivesse vencido por 1 a 0, seria difícil elogiar o São Paulo neste sábado. Contra o América, o time não mostrou o sangue nos olhos que estava sendo a marca tricolor no campeonato. Teve certa arrogância, até, em alguns momentos. Achou que venceria quando quisesse.

Acabou levando o empate de um time que pouco se aventurou ao ataque, em uma falha tremenda de Rodrigo Caio no lance, habilitando o atacante do América – que deveria ter sido deixado em impedimento. Nos 10 minutos finais (mais acréscimos), os mineiros ficaram mais próximos da virada do que o São Paulo do 2 a 1.

O time de Aguirre vem sofrendo com seguidos desfalques, é verdade, sejam lesões, suspensões ou convocações. Está difícil repetir o time. A baixa de Éverton é especialmente sensível.

Mas o problema parece ir além disso.

O São Paulo forjou sua liderança com muita guerra, muita briga, muita humildade. Era um time que parecia se sentir inferior a todos, consequentemente precisava lutar por cada bola como se fosse um prato de comida.

Mesmo nos dois primeiros tropeços da série, empate com o Flu e derrota para o Galo, o time brigou e até jogou bem. Mas, contra Bahia, Santos e América, o espírito foi diferente. O time agora se sente líder.

Nos últimos cinco jogos, foi apenas uma vitória e três gols marcados. Não faz mais de um gol em um jogo desde 19 de agosto, contra a Chape, há mais de um mês – foram sete partidas desde então.

Faltam gols. E está faltando guerra. O São Paulo está líder. Para continuar, tem que fazer por merecer.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.