Distância entre líder e lanterna está na tabela, não tanto na bola
O São Paulo é líder. O Paraná, lanterna. Um pode ser campeão. O outro possivelmente será rebaixado. No primeiro turno, um fez quase o triplo de pontos do outro (41 a 14). Mas a diferença entre o futebol deles está muito longe de ser essa.
Foi o que vimos na noite desta quarta-feira, em Curitiba. O São Paulo, de Aguirre, e o Paraná, agora com Claudinei Oliveira, que está virando especialista em pegar times nestas condições, jogam com a mesma proposta. Sentem-se mal com a bola, gostam é de ter espaço para contra atacar.
Bola para quê? O negócio é conseguir meter uma para dentro e, depois, se despedir da redonda. Quase um divórcio.
O empate por 1 a 1 acabou sendo justo – e simbólico, em um campeonato tão nivelado.
Não é exclusividade nossa. A Copa do Mundo cristalizou o que já podia ser visto por aí. Com o monte de informação disponível, o futebol globalizado e a quilometragem que os jogadores rodam em campo, qualquer técnico minimamente capaz faz seu time defender bem, fechar espaços.
A mazela do futebol brasileiro é a pouca qualidade técnica. Na Europa, alguns times são tão bons, mas tão bons, que atropelam os adversários, a tática, a parte física, tudo. No Brasil, não há supertimes. É difícil um time vencer facilmente o outro.
O São Paulo pode até ser campeão, mas não vai ganhar fácil de ninguém.
Contra a retranca do Colón, perdeu no Morumbi. Abriu os olhos para essa situação, entendeu rapidamente que enfrentaria esse tipo de adversário dali em diante e conseguiu, com sofrimento, vencer o próprio Colón, o Vasco, a Chape. Mas não conseguiu passar pelo Paraná, o lanterna.
Ganhou um presentaço no começo do jogo, que concretizou em gol após tabela Nenê-Diego Souza, e sentou em sua proposta de contra atacar. Só que o Paraná é um time fraco, mal conseguia atacar, então pouco cedeu espaço para contra ataques. Encontrou o empate e, no segundo tempo, foi a vez dele recuar e dar a bola ao São Paulo – e, claro, ser mais perigoso com espaço à disposição.
Precisando do resultado, o São Paulo não se sente confortável. Levantou um caminhão de bolas na área, não conseguiu empurrar o Paraná para trás e até cedeu alguns contra ataques ao lanterna. No fim, teve duas boas chances de ganhar, mas aí a finalização não saiu com qualidade.
As melhores jogadas do São Paulo saem pelos lados. Everton e Rojas são jogadores que costumam tomar boas decisões – não foi assim hoje. Faltaram penetrações pelo meio, até porque Liziero não entrou tão bem no segundo tempo e Nenê cansou. As substituições de Aguirre talvez tenham demorado um pouquinho.
O Inter ganhou, também com sofrimento e proposta de contra ataque. É um campeonato para lá de aberto. Do primeiro ao último, a distância está na tabela, não no jogo jogado.
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