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Julio Gomes

Que jogadores convocados chegarão (ou não) à Copa-2022?

Julio Gomes

18/08/2018 10h56

Começou ontem o novo ciclo da seleção brasileira, visando Copa América e Copa do Mundo. Tite chamou 24 jogadores (23 + um sub-20, o goleiro Hugo, do Flamengo) e, destes, 13 estavam no último Mundial, 11 não estavam.

Creio que haverá mais novidades nas próximas listas, outro jogadores serão testados e outros veteranos serão resgatados – eles são importantíssimos para mostrar o caminho das pedras aos novatos. No ano que vem, as convocações serão voltadas para o título da Copa América, o que indica maior presença de "veteranos". Depois da Copa América, serão mais frequentes os mais jovens e vão ficando pelo caminho os jogadores sem idade para a Copa do Catar.

Segundo levantamento do Globo Esporte, nos últimos cinco ciclos de Copa do Mundo foram mantidos para o Mundial seguinte, em média, 9 jogadores que apareciam na primeira convocação realizada pós-Copa. É pouco. Só que tem um detalhe: em três destes ciclos o técnico responsável pela primeira chamada nem mesmo durou até a Copa.

Aqui, faço um exercício de adivinhação. Quais jogadores convocados por Tite ontem, para os amistosos contra EUA e El Salvador, chegarão ao Mundial de 2022? E quais ficarão pelo caminho?

Considerando que Tite se manterá no comando da seleção da CBF até lá e, claro, ignorando a aleatoriedade das lesões, este é meu palpite.

Chegam a 2022 na seleção: Alisson, Marquinhos, Casemiro, Fred, Arthur, Philippe Coutinho e Neymar.

Tite vai manter pelo menos meio time-base de 2018 para 2022 – e é excelente ideia fazê-lo. Finalmente temos um ciclo que não começa com terra arrasada. Do meio para frente, a base está mais do que clara.

Jogadores que não chegam na Copa, principalmente pela idade: Neto, Fágner, Filipe Luís, Thiago Silva, Dedé, Felipe, Renato Augusto e Willian.

A grande chave da lista acima é a presença de zagueiros. O sistema defensivo, e podemos incluir Miranda e Marcelo aqui, que certamente serão chamados de novo mais para frente, tem idade avançada. Chegam com sobras na Copa América, mas para o Catar a coisa é mais complexa. A renovação, no entanto, é problemática tanto nas laterais quanto na zaga.

Talvez um par desses jogadores até durem até a Copa-2022, seriam os "vovôs" do elenco. Mas não me arrisco a dizer quais seriam eles.

E deixo a interrogação para os outros convocados: Fabinho, Alex Sandro, Andreas Pereira, Paquetá, Douglas Costa, Éverton, Pedro e Firmino.

A maioria deles têm idade para chegar, são novinhos, mas ainda tem muita bola para mostrar, principalmente os que apareceram há só alguns meses e só atuaram no Brasil – casos de Paquetá, Pedro e Éverton. Ainda vão aparecer nas convocações Richarlison, Malcom, Vinícius Jr, David Neres, etc. Vamos ter de esperar para saber quem agarrará a chance e quem é fogo de palha.

Um caso à parte é Fabinho, que na minha visão, principalmente após a lesão de Daniel Alves, deveria estar na última Copa, por jogar como lateral e volante – assim se destacou no Monaco e assim jogará no Liverpool. Tite não quis. Achei que não gostasse dele, mas pelo jeito quer ver o jogador de perto. Sábia decisão, tem só 24 anos e é ótimo.

Entre a Copa de 2014 e a de 2018, foram mantidos seis jogadores: Marcelo, Thiago Silva, Fernandinho, Paulinho, Willian e Neymar. Destes, acredito que só Neymar dure até 2022 para outro Mundial. Possivelmente teremos algo em torno de meia seleção repetida entre Rússia e Catar – uns 10 a 12 atletas.

Da lista da Copa da Rússia, que não constaram na lista de ontem, mas creio que estão nos planos para o ciclo de 2022: Ederson e Gabriel Jesus, talvez Danilo.

E você, o que acha? Quem chega a 2022? Quem fica pelo caminho? Aqueça tua bola de cristal e deixe teu palpite!

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.