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Julio Gomes

Título marca o nascimento de Mbappé, um novo fenômeno

Julio Gomes

15/07/2018 13h55

Mbappé não ganhou a Copa sozinho, longe disso. Aliás, não ganhou nenhum jogo sozinho. Mesmo contra a Argentina, nas oitavas de final, apesar da atuação monstruosa, o gol decisivo foi o do empate, de Pavard.

Mas Mbappé é o grande nome da Copa do Mundo. Presenciamos em 2018 o possível nascimento de um fenômeno do futebol mundial. Um garoto de 19 anos, repetindo coisas que só Pelé havia atingido com tão pouca idade – fazer dois gols em um jogo de Copa do Mundo, fazer gol em uma final.

Lloris foi importantíssimo contra Uruguai e Bélgica, apesar da bizarrice da final. Os laterais Pavard e Lucas Hernandez foram perfeitos, a grande sacada de Deschamps. Os zagueiros, Varane e Umtiti, seguros atrás e decisivos na bola aérea na frente. Kanté e Matuidi, dois carregadores de piano de luxo. Pogba, um craque de bola, capaz de tudo no meio de campo. Griezmann, criativo, participativo, não falhou quando foi chamado. Giroud, o atacante dos zero gols, que mostra como o futebol é mais que isso.

É um timaço, o da França. Quem lê esse blog sabe que, na opinião do escriba, havia só dois favoritos a título. Brasil e França. É uma seleção pronta em todos os setores.

Mas a grande diferença de 2014 ou mesmo da Euro-2016 para cá foi o surgimento de Mbappé. Voou em um Monaco semifinalista de Champions, virou o segundo jogador mais caro da história ao ir para o PSG e, agora, se transforma em campeão do mundo com quatro gols na Copa.

É o surgimento de algo muito especial, que possivelmente durará muitos anos. A maior história, em outras tantas grandes histórias, da Copa da Rússia.

Passamos muitos anos buscando o sucessor de Messi e Cristiano Ronaldo. Encontramos. Começa a era Mbappé.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.