Diário da Copa: A pizza da madrugada
Eu sei, eu sei. Vocês acham que vida de jornalista que cobre Copa do Mundo é só alegria, não é verdade?
Não posso reclamar. Estou onde quero estar. Agora, não achem que é tudo mordomia e moleza não… muuuuuito longe disso.
O principal é o fuso horário. São muitos os textos, vídeos, boletins ou crônicas que mandamos na alta madrugada. E aí, finalmente, chega aquela hora de comer alguma coisa, até tomar uma cerveja, se der sorte de encontrar algo aberto.
Ontem, consegui fazer as duas coisas, vejam só que luxo! Algumas cervejinhas na rua Bauman, a rua de pedestre que corta o centro de Kazan – que bom seria se o Brasil tivesse mais cidades com ruas fechadas para carros, para as pessoas poderem circular, passear, ver e sentir as cidades.
Mas bateu aquela fome. E toca procurar, na madrugada, já com Sol nascendo, porque aqui às 2h30 ele já está dizendo "priviet" ("olá"), algum lugar para comer.
Passei na frente dos vilões de sempre, as cadeias americanas de fast food. Niet. Não. Tô fora.
Foi quando encontrei aquele lugar para lá de suspeito. Um carro de policia na frente. Um cara bêbado conversando com. Alguns jovens falando alto. Dou uma espiada, vejo uma janela que dava para uma cozinha. E o cara fazia algo parecido com uma pizza. É aqui mesmo!
O rapaz do bar abria uma garrafa de champanhe e colocava dentro de uma garrafa pet para o casal, que devia ter uns 20 e poucos anos. Pelo jeito não pode sair com garrafa de vidro na rua. Tenho certeza que o rapaz já ganhou alguma medalha olímpica no levantamento de peso, por um daqueles países tipo Armênia.
O segurança usa uma camisa regata preta. Mostra o braço forte, sarado e cheio de cicatrizes. Brigas? Guerra? Acidente doméstico? Vai saber.
Peço uma pizza margherita. O rapaz da pizza era gente boníssima, usava um chapéu de mestre cuca e só me chama de "my friend".
Eu pergunto como é my friend em russo. "Moi drug". Ensino aquele nosso cumprimento brasileiro, primeiro palma aberta, depois punho fechado. Ele adora.
Chega a pizza. Bastante tomate. Quase nada de queijo. E alface. Alface? Pô, moi drug. Alface na pizza não…
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