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Julio Gomes

Boas e más notícias para Alemanha, Inglaterra e Portugal

Julio Gomes

02/06/2018 17h40

Amistosos são amistosos. Mas, quando estamos às portas da Copa do Mundo, eles ganham peso. É possível – e obrigatório – tirar conclusões, olhar bem de perto o que está acontecendo com as 32 seleções que estarão na Rússia.

A França, que deixou dúvidas no ar em março, ganhou bem da Itália na sexta-feira. É uma seleção fortíssima em todos os setores, com uma boa mescla de jogadores já rodados com outros muito jovens. O trio Mbappé-Griezmann-Dembélé foi muito bem e promete.

Quem também foi bem foi Portugal. Sem Cristiano Ronaldo, empatou sem gols com a Bélgica em Bruxelas, neste sábado. A boa notícia é que jogou bem, especialmente no primeiro tempo, contra os titulares belgas. Foi o melhor time em campo, e possivelmente teria vencido com seu melhor jogador em campo.

A solução é ao mesmo tempo um problema, claro. Sem Cristiano, Portugal não ganha de ninguém.

A Bélgica segue deixando interrogações. No papel, um timaço. O único ponto fraco é o ridículo Meunier, mina de ouro quando atua pelo PSG – não seria diferente na seleção. Na prática, não é só Meunier o problema. É um time que continua preguiçoso demais para quem quer fazer algo grande. Parece achar que as coisas acontecerão automaticamente – e no futebol, sabemos, não é bem assim. Para piorar, Kompany saiu sentindo dores do amistoso.

Por falar em dores, a grande notícia dos amistosos até agora foi o retorno de Neuer. Jogou – e bem – na partida da Alemanha contra a Áustria.

Neuer não é só um goleiro. É o melhor goleiro do mundo, ou pelo menos era até a série de lesões. E é um jogador importantíssimo para o jogo da campeã do mundo.

Um jogo que vive uma crise de resultados rara. A Alemanha levou 2 a 1 da Áustria, que nem passou perto de se classificar para a Copa e que não batia os alemães havia 32 anos. Antes desta derrota, a Alemanha vinha de empates contra Inglaterra, França e Espanha e derrota para o Brasil. São cinco amistosos sem vitória. Não dá para dizer que isso não quer dizer nada.

A Alemanha, para mim, tem cheiro de Catar-2022, não de Rússia-2018. Nunca convém duvidar, mas não é um time pronto e confiante para o Mundial que se aproxima.

A Inglaterra, bem menos candidata, é outra que teve um sábado de boas e más notícias.

A boa notícia foi o ótimo primeiro tempo contra a Nigéria, em Wembley. O time funcionou, não deu chances e fez dois gols. No entanto, bastaram algumas mexidas no intervalo para a Nigéria diminuir e ameaçar no segundo tempo. Foi como se a Inglaterra fosse do céu ao inferno em meia hora – uma constante do English Team nos últimos 20 anos.

Vale também dizer que outro amistoso envolvendo duas seleções da Copa, Suécia e Dinamarca, acabou empatado sem gols – e foi de um sono terrível. Nada aconteceu no duelo escandinavo.

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.