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Julio Gomes

Time de Champions, Atlético de Madrid cumpre papel na Liga Europa

Julio Gomes

16/05/2018 17h47

O Atlético de Madrid, na era Simeone, se transformou em um clube top da Europa – tanto que chegou a duas finais de Liga dos Campeões, depois de já ter vencido duas Ligas Europa. Não era esperada a eliminação ainda na fase de grupos da Champions 17/18.

O Atlético estava em um grupo duro, com Chelsea, Roma e Qarabag, do Azerbaijão. Foram dois tropeços contra o patinho feio da chave que atrapalharam a vida do Atlético, que teve uma primeira metade de temporada esquisita, alternando bons e péssimos jogos. Acabaram passando Chelsea e Roma – esta, chegou à semifinal.

O fato é que o Atlético acabou "caindo" para a Liga Europa, onde foi imediatamente considerado principal favorito ao título pelas casas de apostas. E confirmou o favoritismo. Tudo bem que estavam lá Arsenal, Borussia Dortmund, algumas outras camisas importantes do continente.

Mas o fato é que, na era Simeone, o Atlético ganhou novo status. Era quase obrigação ganhar o torneio, após a primeira fase da Champions decepcionante. Eu não gosto muito do termo "obrigação", porque o que jogador tem a obrigação de fazer é atuar com vontade e dedicação. Mas, digamos, o Atlético cumpriu seu papel de favorito – como fizera o Manchester United no ano passado.

O Olympique de Marselha até teve uma chance clara com 0 a 0 (Germain perdeu cara a cara), antes de entregar de presente o gol para Griezmann fazer o primeiro. No segundo tempo, já depois do segundo gol de Griezmann, o Olympique acertou a trave – botaria fogo no jogo. No fim, Gabi fez o 3 a 0.

Foi um time bravo, o Olympique, como brava é sua torcida. O choro sentido dos jogadores ainda no campo mostra como o título seria importante para a região de Marselha, cheia de imigrantes, pessoas que estão sentindo na pele o ambiente de segregação que se espalha como um câncer na Europa.

Mas não tem jeito. O Atlético é simplesmente muito mais time. É time de Champions. Mesmo sem Griezmann (que deve ir ao Barcelona), a permanência de Simeone nos garante: na próxima temporada, eles voltarão a incomodar.

Em 2010, ainda antes de Simeone, quando o Atlético ganhou sua primeira Europa League, aquilo parecia o teto para o clube. Aquele título foi comemora em êxtase absoluto. Mas aí chegou o argentino. Vieram finais de Champions, título da Liga doméstica, da Copa do Rei, mais duas, com essa, Europa Leagues, Supercopas da Europa e da Espanha. Os tempos mudaram nestes quase sete anos.

O Atlético de hoje é grande como nunca.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.