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Julio Gomes

No Espanhol, Barcelona é a maior pedra no sapato de Simeone

Julio Gomes

03/03/2018 11h48

Na Champions, um leão. Na Liga espanhola, um gatinho. Este tem sido o Atlético de Madrid quando enfrenta o Barcelona, nos seis anos e pouquinho desde a chegada de Diego Simeone ao clube.

Neste domingo, os clubes duelam no Camp Nou. Com a vantagem do Barça atualmente em cinco pontos, o jogo é tratado como uma "final". Se o Atlético for campeão, terá sido a maior "remontada" da história da Liga espanhola. E ser campeão passa por vencer fora domingo, coisa que os colchoneros não fazem desde 2006.

Se na "era Simeone", que começou em dezembro de 2011, o Atlético fez o Real Madrid virar freguês em jogos pelo Campeonato Espanhol, o mesmo não se pode dizer dos duelos contra o Barça. Foram 12 jogos desde a chegada do treinador argentino, com 8 vitórias do Barcelona e 4 empates.

Se colocarmos todas as competições na balança, foram 12 vitórias do Barça, 6 empates e 2 vitórias do Atlético – ambas em jogos de Liga dos Campeões, em 2014 e 2016, anos em que Simeone eliminou o Barça e só caiu na final europeia, justamente diante do Real.

Entre estes empates, houve um no Camp Nou, em 2014, que significou o título espanhol para o Atlético. Uma boa lembrança, sem dúvida. Mas outro empate no domingo deixaria a diferença em cinco pontos, ou seja, manteria o Barça com o controle do campeonato.

Por isso e por outras razões, é possível imaginar que o Atlético irá agredir o Barcelona, o que pode resultar em um grandíssimo jogo de futebol.

Depois da decepcionante eliminação na fase de grupos da Champions, Simeone recebeu Diego Costa em janeiro. Na Liga, desde então, foram oito vitórias e um empate em nove jogos, com 20 gols marcados e 3 sofridos. A presença de Diego Costa fez com que Griezmann jogasse mais solto – o francês fez sete gols nos últimos dois jogos.

Diego Costa e Griezmann dão ao Atlético uma mistura ofensiva muito curiosa. Lembra os primeiros anos de Simeone, com um time mais duro, mais pesado, mais catimbeiro – Diego Costa personalizava tudo isso em campo. Mas lembra também o Atleti recente, dos últimos anos, um time mais leve, capaz de propor jogo e envolver adversários, com um atacante, Griezmann, de características muito distintas.

Tudo isso, como sempre, com um sólido sistema defensivo por trás e muita concentração.

Uma concentração para lá de fundamental, pois o Barcelona terá espaços, e Messi e Suárez estão voando. Aliás, Messi já fez 27 gols no Atlético, uma de suas vítimas prediletas, e está a um de chegar a 600 gols como profissional.

Apesar de ainda invicto no campeonato, o Barcelona tropeçou três vezes em fevereiro – empates contra Espanyol, Getafe e Las Palmas – e fez um jogo ruim contra o Chelsea, pela Champions (deu sorte de sair com o empate de Londres). É o pior momento do time na temporada, mas talvez falte justamente um jogo como esse para o caminho ser retomado.

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.