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Julio Gomes

Presente em Barranquilla faz Palmeiras salvar semana dos brasileiros

Julio Gomes

01/03/2018 23h30

As reações de Roger na lateral do campo durante quase todo o jogo mostram bem como o Palmeiras não fez o jogo dos sonhos do técnico em Barranquilla, na estreia pela Libertadores – principalmente no primeiro tempo.

Mas o resultado, inegavelmente, foi o do sonho dos torcedores. Em um grupo encardido como este, o Palmeiras abre a Libertadores ganhando fora de casa, por 3 a 0, do time que supostamente pode ser a ameaça aos dois grandões da chave (Palmeiras e Boca).

Tem noite em que as coisas simplesmente dão errado. Foi esta a noite para o Junior Barranquilla. Começou com uma expulsão inaceitável aos 8min de jogo. Acabou com um dos pênaltis mais mal batidos da história da Libertadores.

O Palmeiras ganhou um presente dos céus quando Gutiérrez, no comecinho do jogo, levantou demais o pé em uma disputa no meio de campo e deixou a sola atingir o peito e o pescoço de Bruno Henrique. Não dá para entender o que se passa pela cabeça de um atleta profissional que faz isso. Não havia como o juiz não expulsá-lo, por mais que comprometesse o jogo.

Antes disso, Jaílson já havia feito duas boas defesas. O Junior jogou melhor que o Palmeiras no primeiro tempo, mesmo com um a menos. Porque o Palmeiras não parecia querer jogo – à exceção era Dudu que, pela direita, deitou em cima de Mier. Em uma jogada por ali, saiu o gol de Bruno Henrique.

Bruno Henrique entrou para dar mais força na marcação e acabou saindo com dois gols. Deve ganhar a posição de Tchê Tchê, é mais completo, dá mais qualidade para a saída de bola.

No segundo tempo, o Palmeiras veio com uma atitude melhor, controlou o jogo e, nas apertadas que deu, resolveu. Uma partida condicionada pela expulsão logo no começo e que um time sólido soube aproveitar.

Com o presente recebido e a eficiência para fazer gols, o Palmeiras virou o único brasileiro a vencer nesta semana inicial de fase de grupos da Libertadores.

O Corinthians não voltou com um mau empate da Colômbia. O Flamengo foi prejudicado pela arbitragem contra o River. O Grêmio poderia ter voltado com algo melhor do Uruguai. O Cruzeiro não pode se desesperar pela derrota para um bom Racing.

O resultado mais inaceitável foi mesmo o do Santos, perdendo no Peru para o time mais fraco do grupo. Preocupante.

Mesmo mostrando irritação, Roger acertou em tudo o que fez. Bruno Henrique brilhou, e Guerra, que entrou melhor do que Lucas Lima, deu o passe para o terceiro gol.

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.