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Julio Gomes

Messi precisa de uma bola para afundar plano (quase) perfeito do Chelsea

Julio Gomes

20/02/2018 19h19

Não foram poucas as retrancas que o Barcelona enfrentou em sua fase dourada, nos últimos 13 anos. Nenhum time conseguiu "anestesiar" tanto o jogo catalão como o Chelsea.

A história foi a mesma nesta terça. A mesma de 2005, 2009, 2012. O Chelsea, com uma quarta leva diferente de jogadores, conseguiu fazer o Barça ficar o tempo inteiro longe de seu gol. Menos, claro, quando Christensen atravessou um péssimo passe em frente a sua área e deu de presente a bola para Iniesta, que deu de bandeja o gol a Messi.

E Messi, que nunca havia feito gol em Buffon na Champions (e fez na primeira fase), agora quebra outro tabu incômodo. Não havia marcado contra o Chelsea nas oito partidas anteriores, com direito a pênalti perdido em semifinal. De hoje, não passou. Uma bola limpa. Era tudo o que ele precisava.

Messi foi quem mais tentou, mas sempre que pegava a bola tinha a ótima marcação de dois, três, às vezes até quatro adversários. Kanté, incansável, não saía de perto um segundo sequer. Faltou ao Barcelona movimentação, que outros jogadores abrissem linhas de passe a Messi.

Foi um time estático, com Rakitic muito recuado, Paulinho enfiado, Iniesta sumido. Courtois fez só uma boa defesa, em um chute cruzado de Suárez. Um jogo ruim, talvez o pior do Barça na temporada inteira – em que ele perdeu apenas uma vez.

E, mesmo assim, mesmo com o Chelsea fazendo o jogo acontecer exatamente da forma como Conte queria, o resultado final foi de 1 a 1. O que deixa o Barcelona muito mais perto das quartas de final do que o time azul londrino.

Além de Kanté, destaque para Willian. Na proposta de jogo de Conte, sem centroavante e com três jogadores agudos à frente, Willian conseguiu ser mais perigoso até que Hazard, que é quem tinha mais liberdade. Chutou duas bolas na trave e fez um gol, foi o principal jogador da partida.

O plano tático de Conte funcionou à perfeição. Mas o futebol é coisa de seres humanos. E seres humanos erram. Não basta estar concentrado 99,999% do tempo, porque Messi só precisa de 0,001 para estragar teus planos.

 

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.