Estreia do Atlético-PR tem DNA de Diniz, mas time precisa de rodagem
O Atlético-PR, comandado por Fernando Diniz, estreou nesta terça-feira na Copa do Brasil e, de fato, na temporada 2018 – o Estadual é disputado por time B, com outro treinador. O resultado não foi bonito, mas foi suficiente. 0 a 0 em Caxias do Sul, o que garantiu vaga para a segunda fase.
Deu para ver que a ideia de jogo de Fernando Diniz apareceu em alguns momentos. Mas ainda é muito cedo e, logicamente, jogar futebol desse jeito demanda treinos e tempo. Faltou brilho, faltaram chances de gol, faltou qualidade individual, mas valeu ao Atlético pela organização defensiva e a classificação em uma eliminatória-armadilha. Nenhum time de Série A tinha um duelo tão complicado de cara.
Aqui faço um parênteses. O regulamento da Copa do Brasil é bizarro, inaceitável. Como assim em um mata-mata que é só mata (jogo único) um time entra em campo com a vantagem do empate? Um time com dois resultados e o outro com um? Só no Brasil mesmo. Só da cabeça dos nossos dirigentes pode sair algo assim.
Eu adoro eliminatórias de jogos únicos. Podia ser inteira assim, a Copa do Brasil. Mas, se empatar, pênaltis, oras bolas. E sorteio de mando de campo para saber quem joga em casa. Enfim.
A bizarrice do regulamento, no entanto, vai gerar jogos interessantes na primeira fase, já que ao time da casa só serve vencer. Foi o caso em Caxias. O time gaúcho foi agressivo, pressionou, esteve rondando o gol e ficou perto de eliminar o Atlético – o que seria um baque monstruoso para o técnico estreante.
Com as semanas que teve de treino, Fernando Diniz já conseguiu colocar seu dedo no estilo de jogo do Atlético-PR. O DNA está ali. Foi um time que evitou o chutão, tentou o tempo inteiro tocar, trabalhar e manter a posse da bola – em alguns momentos, no fim do jogo, errou passes perigosos e até correu riscos com as saídas de bola trabalhadas de pé em pé.
Foram 53% de posse de bola para o Atlético-PR, o que não é tanta vantagem assim. O Caxias finalizou mais (18 a 10) e explorou muito os lados, principalmente no primeiro tempo. Pela direita, o time gaúcho explorou muito um flanco que tinha Thiago Heleno (lento) e Carletto (mal na estreia).
O Caxias tentou ganhar o jogo na bola aérea, mas o Atlético soube se defender bem – aliás, a defesa foi o setor que recebeu os elogios do técnico.
O Furacão, convenhamos, deu um certo azar na chave. A estreia na Copa do Brasil foi contra um bom time do Caxias, bem treinado, que venceu as quatro partidas no Gauchão, lidera e já tem ritmo de jogo. Isso ficou claro especialmente no terço final da partida, quando os gaúchos tinham mais perna.
O goleiro Santos, da base do Atlético, fez defesas importantes na partida. E o goleiro Glédson, do Caxias, fez sua parte quando o Furacão teve contra ataques no segundo tempo.
Ribamar, o centroavante do Atlético, apanhou da bola o jogo inteiro. A coisa até poderia ter sido resolvida sem tanto sufoco, se houvesse mais eficiência.
É compreensível que o Furacão jogue o Paranaense para segundo plano. Mas o projeto de Diniz depende de prática. Por que não treinar o time em alguns jogos do próprio Estadual? Não é muito arriscado jogar esporadicamente e logo em partidas de mata-mata (ou, no caso das duas primeiras fases da Copa do Brasil, só mata)?
Não é necessário jogar um Atletiba, por exemplo, que poderia gerar um desgaste precoce e desnecessário. Mas por que não fazer alguns "treinos" em jogos oficiais na Arena contra times piores do Estado? É importante que braços de ferro entre dirigentes não prejudiquem a parte esportiva.
Ainda tem muito chão para Fernando Diniz e para o seu projeto no Atlético-PR. E ele precisa de rodagem.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.