Monaco e Atlético de Madri são as grandes decepções da Champions
Monaco e Atlético de Madri poderiam ter feito a final europeia, no fim da temporada passada. Ficaram a um passinho dela. O Monaco perdeu sua semifinal para a Juventus, o Atlético, para o Real Madrid. Poucos imaginavam que, menos de seis meses depois, os dois clubes estariam dando um verdadeiro vexame na mesma competição.
Com o empate contra o Besiktas, nesta quarta, na Turquia, o Monaco praticamente deu adeus à classificação para as oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa.
Além de semifinalista da principal competição interclubes do mundo alguns meses atrás, o Monaco é o atual campeão francês. É verdade que perdeu quatro jogadores importantes na temporada: Mbappé, para o PSG, Bernardo Silva e Mendy, para o Manchester City, e Bakayoko, para o Chelsea.
Mas trouxe alguns reforços interessantes e a prova de que o time não ficou tão ruim assim é que está a apenas quatro pontos do super poderoso PSG no Campeonato Francês. Ganhou 8 de 11 partidas, fez 28 gols (só 6 a menos que o time de Neymar). No ano passado, na campanha do título, o Monaco havia feito 23 pontos nas 11 rodadas iniciais – neste ano, fez 25 até agora.
Só que, na Champions, a coisa não funcionou. Em quatro jogos, perdeu os dois que fez em casa (para Porto e Besiktas) e empatou os dois que jogou fora (RB Leipzig e, hoje, Besiktas). É verdade que é um grupo encardido. Mas nenhuma vitória??
O Besiktas, atual bicampeão turco, um time recheado de veteranos que são bons de bola, está virtualmente classificado, com 10 pontos. O Monaco, com 2, já não consegue alcançar os turcos. Terá de vencer Leipzig, em casa, e Porto, fora, e ainda torcer para que estes dois sejam batidos pelo Besiktas. Difícil.
Mais dramática que a situação do Monaco, só a do Atlético de Madri.
Depois do surreal empate de terça, o segundo seguido contra o debutante (e inexpressivo) Qarabag, do Azerbaijão, o Atlético ficou virtualmente eliminado.
Vice-campeão em 2014 e 2016, semifinalista em 2017, o Atlético se transformou em figurinha recorrente nos momentos decisivos da Champions. Um time ultracompetitivo, difícil de ser batido, com muita segurança defensiva e bons talentos do meio para frente, capitaneados por um grande treinador, Diego Simeone.
O ciclo de Simeone parece estar se esgotando. O time não rende mais, não faz bons jogos na Espanha e acabou tendo a desastrosa campanha na fase de grupos da Champions.
Em um grupo com Roma e Chelsea, não é absurdo que o Atlético seja eliminado. É uma zebra, sim. Mas o absurdo fica por conta da forma como o time caiu, sem conseguir ganhar do Qarabag. Mesmo que vença os jogos restantes, em casa contra a Roma e fora contra o Chelsea, o que parece altamente improvável, o Atlético dependeria de um tropeço de um desses dois contra o Qarabag. O que parece ainda mais improvável.
A Juventus flertou com o vexame. Mas ganhou do Olympiacos com dois gols no fim, ganhou do Sporting com um gol no fim e, ontem, arrancou um empate contra o mesmo Sporting, em Lisboa, com outro gol no fim. Vai acabar entrando e aí, no mata-mata, ninguém vai querer pegar a Juve.
O PSG, com 100% de aproveitamento, 17 gols marcados e nenhum sofrido, é o grande destaque da fase de grupos até agora. Mas os times de Manchester, que polarizam a disputa da Premier League na Inglaterra, mostraram sua força também na Champions. E as camisas pesadas de sempre – Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique, Juventus – são as camisas pesadas de sempre.
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