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Julio Gomes

Monaco e Atlético de Madri são as grandes decepções da Champions

Julio Gomes

01/11/2017 17h10

Monaco e Atlético de Madri poderiam ter feito a final europeia, no fim da temporada passada. Ficaram a um passinho dela. O Monaco perdeu sua semifinal para a Juventus, o Atlético, para o Real Madrid. Poucos imaginavam que, menos de seis meses depois, os dois clubes estariam dando um verdadeiro vexame na mesma competição.

Com o empate contra o Besiktas, nesta quarta, na Turquia, o Monaco praticamente deu adeus à classificação para as oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa.

Além de semifinalista da principal competição interclubes do mundo alguns meses atrás, o Monaco é o atual campeão francês. É verdade que perdeu quatro jogadores importantes na temporada: Mbappé, para o PSG, Bernardo Silva e Mendy, para o Manchester City, e Bakayoko, para o Chelsea.

Mas trouxe alguns reforços interessantes e a prova de que o time não ficou tão ruim assim é que está a apenas quatro pontos do super poderoso PSG no Campeonato Francês. Ganhou 8 de 11 partidas, fez 28 gols (só 6 a menos que o time de Neymar). No ano passado, na campanha do título, o Monaco havia feito 23 pontos nas 11 rodadas iniciais – neste ano, fez 25 até agora.

Só que, na Champions, a coisa não funcionou. Em quatro jogos, perdeu os dois que fez em casa (para Porto e Besiktas) e empatou os dois que jogou fora (RB Leipzig e, hoje, Besiktas). É verdade que é um grupo encardido. Mas nenhuma vitória??

O Besiktas, atual bicampeão turco, um time recheado de veteranos que são bons de bola, está virtualmente classificado, com 10 pontos. O Monaco, com 2, já não consegue alcançar os turcos. Terá de vencer Leipzig, em casa, e Porto, fora, e ainda torcer para que estes dois sejam batidos pelo Besiktas. Difícil.

Mais dramática que a situação do Monaco, só a do Atlético de Madri.

Depois do surreal empate de terça, o segundo seguido contra o debutante (e inexpressivo) Qarabag, do Azerbaijão, o Atlético ficou virtualmente eliminado.

Vice-campeão em 2014 e 2016, semifinalista em 2017, o Atlético se transformou em figurinha recorrente nos momentos decisivos da Champions. Um time ultracompetitivo, difícil de ser batido, com muita segurança defensiva e bons talentos do meio para frente, capitaneados por um grande treinador, Diego Simeone.

O ciclo de Simeone parece estar se esgotando. O time não rende mais, não faz bons jogos na Espanha e acabou tendo a desastrosa campanha na fase de grupos da Champions.

Em um grupo com Roma e Chelsea, não é absurdo que o Atlético seja eliminado. É uma zebra, sim. Mas o absurdo fica por conta da forma como o time caiu, sem conseguir ganhar do Qarabag. Mesmo que vença os jogos restantes, em casa contra a Roma e fora contra o Chelsea, o que parece altamente improvável, o Atlético dependeria de um tropeço de um desses dois contra o Qarabag. O que parece ainda mais improvável.

A Juventus flertou com o vexame. Mas ganhou do Olympiacos com dois gols no fim, ganhou do Sporting com um gol no fim e, ontem, arrancou um empate contra o mesmo Sporting, em Lisboa, com outro gol no fim. Vai acabar entrando e aí, no mata-mata, ninguém vai querer pegar a Juve.

O PSG, com 100% de aproveitamento, 17 gols marcados e nenhum sofrido, é o grande destaque da fase de grupos até agora. Mas os times de Manchester, que polarizam a disputa da Premier League na Inglaterra, mostraram sua força também na Champions. E as camisas pesadas de sempre – Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique, Juventus – são as camisas pesadas de sempre.

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.