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Julio Gomes

Neymar e outras boas notícias no empate da seleção na Colômbia

Julio Gomes

05/09/2017 19h35

O Brasil de Tite, finalmente, não venceu nas eliminatórias. O surreal mesmo era ganhar tantos jogos seguidos na que talvez seja a mais dura competição entre seleções. Empatar com o bom time da Colômbia, em Barranquilla, é um resultado para lá de normal.

A seleção não teve de início quatro titulares (Miranda, Marcelo, Casemiro e Gabriel Jesus), mas fez um jogo sólido. Algumas boas notícias podem ser tiradas.

William, de volta aos titulares depois da queimada de filme de Philippe Coutinho no mercado europeu, voltou a jogar bem. Fez um golaço no primeiro tempo.

Thiago Silva e Fernandinho fizeram jogos sólidos. O meio de campo mostrou organização e nunca deixou a Colômbia ter espaço e se sentir confortável. James Rodríguez causou mais danos ao cair para os lados.

Foi assim, com um lindo passe, que ele desmontou a marcação de Filipe Luís e Renato Augusto e habilitou o companheiro para dar o cruzamento que resultou no belo cabeceio de Falcao García. Ninguém falhou no gol, foram muitos méritos do adversário.

No primeiro tempo, a Colômbia bateu demais. O time soube apanhar, não caiu na pilha, não revidou. E ainda teve a maturidade de pedir ao técnico rival, Pekerman (Daniel Alves e Neymar falaram com ele), para que conversasse com seus jogadores. No segundo tempo, o jogo ficou muito mais calmo.

E a melhor das notícias foi Neymar. Depois do jogo ruim, individualista e pouco produtivo, contra o Equador, ele voltou a ser o "Neymar da seleção" na Colômbia.

Será que Tite chamou o jogador de lado para uma conversa sobre a atuação de quinta? Seria ótima notícia. Mas duvido que ficaremos sabendo se ela ocorreu e em que termos.

Se Tite não falou nada, média notícia. Pelo menos Neymar caiu em si.

Suas melhores atuações pela seleção são como as de hoje. Pela esquerda, com liberdade de criação e movimentos, mais perto do gol e com menos adversários. Foi de uma jogada dele, por exemplo, que saiu o golaço de William. E também saíram outros lances de perigo.

Neymar não funciona quando joga de forma anárquica, transitando pelo meio de campo, com muitos rivais pela frente e se preocupando com carretilhas. Este Neymar não passará nem perto de ganhar uma Bola de Ouro.

Já o Neymar maduro, consciente taticamente, letal em velocidade e fazendo gols, este sim, pode ganhar uma logo logo.

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.