Noite trágica expõe decisões erradas de Renato e do Grêmio
O calendário é o grande vilão do futebol brasileiro, sem qualquer sombra de dúvida. É através dele, com o mesmo toma-lá-dá-cá da política, que dirigentes se perpetuam nas federações. É através dele que técnicos ruins mascaram seu trabalho. Um álibi para os incompetentes. E é também por causa dele que bons treinadores não conseguem desempenhar, que jogadores se machucam ou ficam esgotados.
Pelo calendário bizarro que temos, clubes precisam priorizar. Não tem jeito. Não é coincidência o fato de, desde os pontos corridos, em 2002, nunca o campeão da Libertadores ter vencido também o Brasileiro. E de apenas uma vez o mesmo time ter vencido campeonato e Copa, o Cruzeiro de 2003.
É natural, portanto, que em fases agudas de Libertadores, esse torneio, que virou a obsessão de todas as torcidas do país, ganhe as atenções. Que treinadores e dirigentes escolham priorizá-la.
Mas justamente em 2017 a Libertadores ficou mais espaçada. O que Renato Gaúcho e a diretoria do Grêmio fizeram não foi escolher a Libertadores sobre o Brasileiro. Foi, também, escolher a Copa do Brasil em detrimento da principal competição nacional. A Copa tem o Grêmio como atual e maior campeão. No Brasileiro, não levanta a taça desde 1996.
Como apontei neste post no fim de semana, o Grêmio utilizou times inteiramente reservas no Brasileiro quatro vezes. Três destes jogos foram antes da Copa do Brasil, não da Libertadores.
E agora? O Grêmio foi eliminado nesta quarta por um Cruzeiro que, mesmo sem ter poupado no fim de semana, foi melhor. Mais intenso em campo, mais presente. O Grêmio pareceu neste dois jogos contra o Cruzeiro ser um time sem ritmo. Mais paradoxal, impossível.
O que não dá para entender é a razão de o Grêmio ter utilizado só reservas tantas vezes, em vez de mesclar jogadores e distribuir força nos jogos. Talvez a explicação seja a falta de experiência dos técnicos brasileiros no planejamento de uso de elenco. Quando mesclou reservas e alguns titulares, o Grêmio venceu no Brasileiro. Com um time inteiramente B, ganhou 1 de 12 pontos.
Nada garante que o Grêmio estivesse colado no Corinthians no Brasileiro, tivesse priorizado a competição. Mas é muito difícil imaginar que a diferença estivesse mesmo em 10 pontos. Para completar a noite trágica gremista, o Corinthians achou uma vitória em Chapecó, nesta quarta, com um gol de Jô no minuto final.
Não, nada garante que o Grêmio seria campeão brasileiro se tivesse escolhido sê-lo. Só que nada garantia que viriam os títulos das duas Copas. A primeira, a do Brasil, já era. Assim como o Brasileiro.
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