Corinthians faz jogada inteligente ao mandar Pato para o São Paulo

Chamar de tacada de mestre talvez seja um exagero. Mas a movimentação da diretoria do Corinthians me parece bastante inteligente ao mandar Pato para o São Paulo.

É arriscada? Sim. Pode ser um Neto do século XXI? Pode. Mas o jogador segue sendo do Corinthians, isso muda tudo.

Basicamente, o que o Corinthians está fazendo (à falta da oficialização do negócio) é lavar as mãos. Tirar de si a responsabilidade.

Vejamos.

Se Pato der certo no São Paulo, a culpa é de quem? A culpa é da torcida, oras! Este será o discurso. Tentamos segurar Pato, fizemos de tudo para que ele desse certo, o mantivemos mesmo após o pênalti bizarro da Copa do Brasil… Mano acabaria dando um jeito nele. Maaaas. Aconteceu o que aconteceu.

É um álibi. Se Pato funcionar e desandar a fazer gols, a diretoria tem a quem culpar: a torcida. Os marginais que invadiram o clube para rasgar a foto e o côro do jogador. E, se começcar a fazer gols além da conta do aceitável, o jogador se valoriza, o Corinthians sempre terá a possibilidade de vendê-lo, fazer caixa e, claro, desfalcar o São Paulo.

E se Pato der errado? Oras, se der errado a diretoria corintiana poderá chamar para si a intelentíssima decisão de mandar um jogador caro, problemático e pouco eficaz para o maior rival esportivo. Tentamos, não deu, mandamos o "traste" para o São Paulo. E ainda economizamos uma grana por mês.

E tem mais. Jadson é muito bom jogador de futebol. Caiu com Muricy, é verdade, mas o talento está lá. É um meia moderno, com chegada, passe e boas noções coletivas. Pode ser o brilho que meio de campo do Corinthians não mostra há tanto tempo. Haveria um jogador melhor no São Paulo para pegar em troca de Pato? Na minha opinião, não. O potencial é grande.

A troca me parece uma boa contenção de danos para os dois clubes.

E a diretoria do Corinthians consegue, a meu ver, criar uma situação em que não poderá ser "acusada" de nada. A partir de agora, Pato deixa de ser problema deles. As consequências vão para contas alheias.