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Julio Gomes

Super Bowl tem coincidências e reencontro Seattle-Denver após 30 anos

Julio Gomes

20/01/2014 01h39

Os dois jogos "dos sonhos" acabaram com vitórias dos times da casa. Uma, dramática. A outra, nem tanto. Seattle Seahawks e Denver Broncos, os dois melhores times de futebol americano da atualidade, disputarão o título daqui a duas semanas, em Nova York.

O Seattle venceu o San Francisco por 23 a 17, com uma interceptação nos segundos finais após um passe (quase) perfeito de Colin Kaepernick, no que seria o touchdown da virada dos 49ers. Não foi. A defesa dos Seahawks, a melhor da NFL, fez novamente a diferença. Foram três turnovers (roubos de bola) forçados no último período.

O Super Bowl será o duelo da melhor defesa da liga contra o melhor ataque, o do Denver Broncos. Que teve um Peyton Manning quase perfeito no duelo contra Tom Brady, vitória por 26 a 16 sobre o New England Patriots. Agora, em playoffs, Manning venceu Brady duas vezes – contra duas derrotas. Chega a seu terceiro Super Bowl, buscando o segundo anel de campeão.

O duelo tem uma curiosidade. O Seattle Seahawks foi fundado em 1976, é uma franquia nova, perto de outras mais tradicionais. Em sua oitava temporada, chegou aos playoffs pela primeira vez. Em 24 de dezembro de 1983, véspera de Natal, 30 anos atrás, fez seu primeiro jogo de playoffs, justamente contra o Denver Broncos. E venceu por 31 a 7. (clique ao lado da AP, de um blog oficial dos Seahawks)

Acontece que os times eram parte da mesma conferência. Depois daquilo, nunca mais se enfrentaram em playoffs. Nas 18 temporadas seguintes, os Seahawks só chegaram mais quatro vezes à pós-temporada. Em 2002, a franquia foi tirada da AFC (Conferência Americana) e passou a fazer parte da NFC (Conferência Nacional). Em 25 anos na AFC, foram só cinco chegadas aos playoffs, com três vitórias, cinco derrotas e nenhuma aparição no Super Bowl.

Na NFC, a coisa ficou mais fácil. Em 12 temporadas, os Seahawks foram aos playoffs 8 vezes. Chegaram ao Super Bowl uma vez, perdendo para o Pittsburgh Steelers no início de 2006. Agora, oito anos depois, têm a chance do primeiro título da história da franquia.

O Denver Broncos chega à finalíssima da NFL pela primeira vez em 15 anos. Perdeu quatro Super Bowls (78, 87, 88 e 90) antes de, finalmente, ganhar seus primeiros e únicos títulos, em 98 e 99, sob a batuta do lendário quarterback John Elway.

A última vez que as duas franquias se enfrentaram em um jogo oficial foi em 19 de dezembro de 2010, em Denver, com vitória dos Broncos por 31 a 14. Era a segunda partida da temporada e foi a primeira derrota do técnico Pete Carroll no comando dos Seahawks. O atual treinador assumira meses antes. Outra curiosidade. Qual havia sido o jogo imediatamente anterior, o primeiro de Carroll em Seattle? Vitória de 31 a 7 sobre o San Francisco 49ers na primeira rodada. Carroll começou no cargo ganhando de San Francisco e perdendo de Denver na sequência. Certamente, não quer repetir a história.

Antes do início da temporada atual, que se encerra daqui a duas semanas, os dois times se enfrentaram em uma partida amistosa de pré-temporada, em Seattle. Os Seahawks venceram por 40 a 10 os Broncos, no dia 17 de agosto de 2013. Não quer dizer muita coisa, mas vale o registro.

Assim como é interessante registrar que os dois times passaram pelo MetLife Stadium, em Nova York, onde será disputada a final. E ambos ganharam do pobre anfitrião New York Giants. O Seattle foi lá e ganhou por 23 a 0, em 15 de dezembro. Já o Denver massacrou por 41 a 23, em 15 de setembro. Jogos emblemáticos. O ataque dos Broncos atropelou os Giants, como fez com tanta gente ao longo do campeonato. E a defesa dos Seahawks não cedeu um ponto sequer, sufocou os Giants, como fez com tanta gente ao longo do campeonato.

O que falará mais alto? O ataque dos Broncos ou a defesa dos Seahawks?

O palpite deste blog é que Seattle tem um time mais completo e ficará com o título.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.