Vai sobrar para a maior culpada: a CBF. Que venha a Liga!
Saiu a primeira liminar. A Justiça mandou a CBF devolver os quatro pontos tirados do Flamengo. É uma questão de tempo para que o mesmo seja feito para a Portuguesa. É questão de tempo até que algum indivíduo, também baseado no Estatuto do Torcedor, consiga alguma liminar proibindo um Campeonato Brasileiro 2014 com mais de 20 times.
Porque vejamos. Em outros tempos, era fácil. Deu confusão? Vai lá a CBF e "acomoda" todo mundo. Como fez em 97, quando o Brasileiro teve Fluminense e Bragantino, rebaixados um ano antes. Como fez em 2000, com a criação da Copa João Havelange após todo o imbróglio Gama-Sandro Hiroshi. O Estatuto veio para isso, entre outras coisas. Para evitar a bagunça, as "acomodações cebeefianas".
E agora?
O que será do Brasileiro 2014?
À CBF, resta torcer. Torcer para que a liminar pró-Flamengo e as que possivelmente virão pró-Portuguesa caiam. Se elas não caírem, o que farão os cartolas? Rebaixarão o Fluminense, desautorizando seu próprio tribunal? Tentarão o campeonato de 24 clubes, sob risco de novas liminares?
A batata quente vai parar no colo de quem realmente merece se queimar.
Nada disso teria acontecido, fosse a CBF uma instituição que minimamente cuidasse de seu produto. Divulgasse e publicasse suspensões. Tivesse um simples sistema que impedisse a escalação de jogadores que não podem atuar (para que servem os delegados dos jogos?) Tivesse um tribunal de penas, não o patético STJD, sem qualquer credibilidade e fanático por holofotes. Tivesse, enfim, regras e métodos claros e cristalinos, não feitos para dar margem a viradas e tapetadas.
A CBF, no fim das contas, é a grande culpada por toda a confusão. Agora, que aguente o rojão. Foi-se o tempo em que as pessoas ficavam passivas diante de mandos e desmandos.
A Confederação Brasileira de Futebol deveria ter dois, somente dois objetivos. 1) Zelar pelas coisas da seleção brasileira. Cuidar para que os jogadores e outros profissionais da seleção tenham as melhores condições de trabalho possíveis, fechar grandes contratos e fazer dinheiro com um dos maiores produtos do futebol mundial; e 2) Usar esse dinheiro para fomentar e aperfeiçoar a prática do esporte no país. Cuidar do futebol amador, da formação de altíssimo nível de dirigentes, técnicos, fisios, preparadores físicos e, claro, jogadores.
Campeonatos não são coisa da CBF. Não têm de ser. Ela já mostrou, ao longo dos anos, que não entende NADA disso.
Que essa bagunça toda sirva para a criação, afinal da Liga de Clubes. Como fizeram os ingleses, 20 anos atrás, transformando um campeonato de futebol horroroso na liga mais rica e assistida do mundo. Como fizeram todos os europeus, enfim, ano após ano. Que os clubes brasileiros sentem na mesa, busquem regras que sirvam para todos, de forma democrática e justa, e passem a organizar o próprio campeonato. De olho no próprio campeonato, não nos próprios interesses.
Basta encontrar alguém que fale alemão. Peguem o modelo da Bundesliga, de fair play financeiro, exigências de qualidade no futebol de base, distribuição justa (em função de desempenho) do bolo da TV. Traduzam. E apliquem. Não é preciso fazer mais.
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