Felipão na Bahia: abraços, pouca exposição e canseira no aeroporto
Luiz Felipe Scolari não quer holofotes. E, por isso, acabou sendo um dos treinadores que menos ficaram expostos durante os dias desta semana que marcou o sorteio dos grupos para a Copa do Mundo.
Com os tantos anos de Europa, na seleção portuguesa e no Chelsea, Felipão criou uma teia de amizades com outros treinadores e profissionais do futebol de lá. O líder da seleção brasileira adora um bom papo, jogar conversa fora nos sofás de recepções de hotel pelo mundo. É uma cena corriqueira para nós, jornalistas que o acompanhamos por tantos anos. Mas, desta vez, não foi o caso.
Em casa, com tanto assédio, fãs e jornalistas, a tática foi chegar tarde na quinta-feira. Participar do banquete da Fifa. Acompanhar o sorteio. E vazar.
No banquete, aí sim mais à vontade e sem câmeras nem repórteres, Felipão reencontrou amigos. Pelo menos quatro treinadores foram à sua mesa para dar um abraço: o alemão Jurgen Klinsmann, hoje com os Estados Unidos; o belga Marc Wilmots; o argentino Alejandro Sabella, que chegou a jogar no Grêmio em 1987, na primeira passagem de Felipão pelo clube gaúcho; e Paulo Bento, que levou com ele uma comitiva de integrantes da seleção portuguesa.
O sorteio nem agradou nem desagradou. O grupo é bom, mas o cruzamento de oitavas pode ser ingrato. Tem um lado bom: ganhar a Copa passando por campeões mundiais no mata-mata aumentaria o tamanho do feito. Felipão vê como real a possibilidade de o Chile se classificar, deixando Espanha ou Holanda de fora.
Não seria má notícia uma eliminação precoce da Espanha, que vem se transformando em uma espécie de inimiga. Tanto pelo caso Diego Costa quanto por ações da imprensa espanhola, como o trote de algumas semanas atrás. Ontem, na zona mista, Scolari se recusou a falar com os jornalistas da Espanha.
Depois do sorteio, o perrengue. Com voos atrasados, o aeroporto de Salvador teve uma sexta-feira de caos. Felipão e Klinsmann foram levados para uma sala isolada, para não ficarem expostos. O voo para São Paulo atrasou mais de três horas, os treinadores aproveitaram para jogar a conversa fora que não jogaram nos dias anteriores.
Klinsmann foi um dos que chegaram tarde ao Sauípe e não quis papo com ninguém. Passou pela recepção do hotel olhando para frente, ignorando os pedidos de fotos e autógrafos.
É verdade que alguns treinadores nem vieram, como o bósnio, que perdeu o voo, e o uruguaio, que estava doente. Mas a grande maioria esteve na Costa do Sauípe. Alguns chegaram na quarta-feira, outros na quinta. Alguns "deram sopa", outros ficaram mais reclusos.
Marc Wilmots, o treinador da Bélgica, passou a quarta na recepção do hotel Class, o designado pela organização para receber os treinadores no complexo do Sauípe. Assistiu ao jogo entre Manchester United e Everton, taça de espumante em mãos, trocando ideias com amigos belgas.
Joachim Low, da Alemanha, não trocou a camiseta vermelha de ginástica em nenhum dos dois dias – o blog não quer ser injusto, talvez ele tenha duas iguais. Mas, de fato, o modelito foi o mesmo, apesar do calorão da Bahia. Low esteve o tempo inteiro acompanhado de um de seus auxiliares. Saiu na quarta, junto com Oliver Bierhoff, mapa da região em mãos. Na quinta, passou o dia ao lado da piscina. Nenhum repórter pôde chegar perto do técnico alemão.
A área da piscina foi a preferida por Fabio Capello, uma das figurinhas mais carimbadas na semana do sorteio. Internacionalmente conhecido pelo mau humor, Capello mostrou várias facetas durante estes dias de rara exposição. Às vezes, batendo papos longos, especialmente com jornalistas italianos ou belas e jovens repórteres. Às vezes, fazendo um gesto com a mão e dispensando outros "interessados" menos interessantes.
Jorge Sampaoli e Paulo Bento, toalha no ombro, short, camiseta e chileno, foram dois que preferiram a praia ao hotel. Rigobert Song, ex-jogador de Camarões, hoje parte da comitiva do país africano, foi outro que tirou fotos, bateu papo e passou as tardes inteiras na recepção do hotel. O alemão Ottmar Hitzfeld, técnico da Suíça, chegou ensopado de suor, passou pela recepção e correu para o ar condicionado.
Ao calor e à umidade do Brasil, todo mundo já foi apresentado.
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