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Julio Gomes

Um carioca degolado. Bahia e Lusa salvos. Raio-x do rebaixamento

Julio Gomes

01/12/2013 20h09

Ou Fluminense ou Vasco. Ou até os dois. Pelo menos um gigante carioca estará rebaixado para a segunda divisão do futebol brasileiro. Vai jogar a Série B em pleno ano de Copa do Mundo aqui no Brasil.

A rodada deste domingo no Brasileiro teve vitórias de simplesmente todos os times ameaçados: Vasco, Coritiba, Criciúma, Portuguesa e Bahia. Todo mundo ganhou na rodada. É por isso que o Internacional, que parecia salvo, ainda tem uma possibilidade de rebaixamento. E é também por isso que o Fluminense colocou um pé e meio na Série B.

O Bahia se salvou matematicamente com o gol no finalzinho, botando água no chopp da festa cruzeirense no Mineirão. Parabéns para o Bahia, que entrou no campeonato virtualmente rebaixado depois do péssimo Estadual e com todos os problemas extra-campo. Mas manteve esse ótimo treinador, Cristóvão Borges, nos momentos complicados e fica na primeira divisão.

A Portuguesa deu sorte. Pegou a Ponte Preta no melhor momento possível, com o time de Campinas com a cabeça voltada para os dois jogos mais importantes de sua história. Sorte essa que a Lusa não teve ao perder 9 pontos nos acréscimos de jogos do primeiro turno. Sorte que também não teve com arbitragens diversas ao longo do ano – desafio alguém a mostrar um ponto sequer que a Portuguesa tenha levado por qualquer erro de qualquer juiz ou bandeira em qualquer jogo.

Contando que ficou um quarto do campeonato sem técnico, que jogadores não recebem salários há meses e que o estádio está sempre às moscas, além do orçamento de formiga, perto dos outros times, a Portuguesa ficar na primeira divisão é um milagre. Parabéns ao ótimo técnico Guto Ferreira, responsável maior por tudo isso.

A Portuguesa ainda não está matematicamente salva, mas tem um saldo de 11 gols a mais do que o Vasco. Difícil que todos os que estão atrás vençam, que ela perca do Grêmio, o Vasco ganhe do Atlético-PR e caia essa diferença de 11 gols.

O Internacional também corre risco, mas depende apenas de um empate contra a mesma Ponte Preta na última rodada. Mesmo que perca, só cai se Vasco e Coritiba vencerem e o Criciúma vencer ou empatar. De qualquer maneira, ao contrário de Bahia e Portuguesa, o Internacional tem um orçamento gigante e é uma vergonha chegar à última rodada ainda precisando de um ponto para não cair.

Considerando que Portuguesa e Inter, realisticamente, vão permanecer na primeira divisão, a briga se resume a quatro clubes. Dois vão cair, dois vão ficar. As chances são as seguintes:

CRICIÚMA (46 pontos, 13 vitórias, saldo de -11)
Último jogo: Botafogo (fora)
Do que precisa: se vencer ou empatar, está salvo. Se perder, ainda se salva caso ou Coritiba ou Vasco não vençam suas partidas

CORITIBA (45 pontos, 11 vitórias, saldo de -4)
Último jogo: São Paulo (em Itu)
Do que precisa: se vencer, está salvo. Se perder ou empatar, só se salva caso nem Vasco nem Fluminense vençam suas partidas

VASCO (44 pontos, 11 vitórias, saldo de -7)
Último jogo: Atlético-PR (em Joinville)
Do que precisa: vencer e torcer para que uma destas coisas aconteça: ou o Coritiba não vença ou o Criciúma perca ou o Internacional perca

FLUMINENSE (43 pontos, 11 vitórias, saldo de -5)
Último jogo: Bahia (fora)
Do que precisa: vencer e torcer para que nem Coritiba nem Vasco vençam suas partidas

O Fluminense e o Coritiba jogam fora de casa, mas contra adversários que não correm risco algum. O Criciúma enfrenta um Botafogo que ainda terá chance matemática de G-4. O Vasco enfrenta um Atlético-PR buscando vaga direta ou indireta na Libertadores.

E aí, quem vocês acham que cai?

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.