Topo

Julio Gomes

Não seria o momento de Jesus rodar mais o elenco do Flamengo?

Julio Gomes

27/10/2019 20h53

O Flamengo vive um momento tão mágico que vence até quando joga mal. Foi o caso neste domingo, contra o CSA.

No forte calor carioca, o time entrou relaxado contra o CSA, que ocupa a zona de rebaixamento. Desconcentrado, cedeu quatro chances espetaculares para os alagoanos. Sorte do Flamengo que seu goleiro, Diego Alves, estava mais ligado do que o resto. Sorte também que a bola de cabeça de Alecsandro, aquele, nos instantes finais, passou raspando à trave e não entrou.

O time quebrou em vários momentos a compactação que marca este Flamengo "europeu" de Jorge Jesus. No segundo tempo, contra atacava somente com os atacantes, abrindo um clarão no meio de campo.

O Flamengo, enfim, sentiu o cansaço. Era nítido que o time estava pregado em campo e respirou fundo com o apito final.

Jorge Jesus mostrou, neste semestre, que os treinadores estão usando o nefasto calendário brasileiro como álibi para muitas coisas. Estão poupando demais, quando há, sim, como jogar quarta-domingo-quarta-domingo, pelo menos durante um tempo.

Maaaaaass… existem, sim, limites. E os limites físicos são perigosos. O título brasileiro já é do Flamengo, e não é boa ideia colecionar lesionados ou deixar o time esgotado a um mês da final da Libertadores, contra o River Plate.

O Flamengo viaja a Goiânia no meio de semana, antes de jogar no Rio contra Corinthians, Botafogo e Bahia. Só depois destes duelos é que o Flamengo terá uma semana inteira livre para treinar e descansar.

Diante de um jogo contra o CSA, em casa, não seria o caso de abrir mão de um par de titulares? Talvez o Flamengo tenha corrido mais riscos do jeito que jogou, no calor do Rio e com um time com a língua no chão, do que se tivesse colocado em campo gente com baixa minutagem.

Nas próximas rodadas, veremos se Jorge Jesus chegou à mesma conclusão ou se insistirá sempre com os titulares.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.