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Julio Gomes

Flamengo destrói o Palmeiras e começa arrancada que pode ser definitiva

Julio Gomes

01/09/2019 17h54

O Flamengo encontra-se com um calendário ideal em setembro. Justamente no intervalo entre as eliminatórias da Libertadores, com foco 200% no Brasileiro, o Flamengo enfrenta seus principais adversários na luta pelo título – e em casa.

A caminhada começou com um baile. O Palmeiras não deu nem para o cheiro contra o Flamengo, no Maracanã lotado e pulsante.

Quando Gabriel, Bruno Henrique, Arrascaeta e Everton Ribeiro funcionarem, esqueçam, não tem para ninguém. Como já disse aqui nesse espaço, o Flamengo acertou a mão nas contratações, montou uma defesa de nível europeu (nas mãos de um europeu), está coberto em todos os departamentos. Hoje é, de longe, o melhor do Brasil. Nem Cuéllar fará tanta falta assim como alguns podem achar, porque a dupla Arão-Gérson tem tudo para funcionar bem.

Para melhorar tudo (para o flamenguista), o duelo crucial entre Flamengo e Palmeiras chegou justo no melhor momento do Flamengo, no pior do Palmeiras. No futebol, como em tantas áreas profissionais, confiança é um fator fundamental. Um transborda confiança, o outro está naquelas fases em que tudo dá errado.

Tão errado que, mesmo sem jogar nada, o Palmeiras ainda marcou dois gols no primeiro tempo – mas ambos foram corretamente anulados em impedimentos milimétricos. Hoje é dia de elogiar o VAR, que salvou o destino do jogo.

Imaginem se o Palmeiras abre o placar com 2 minutos? A história seria outra. Imaginem se o Palmeiras vai para o intervalo com 2-1, em vez de 2-0. Também seria uma mudança importante no jogo.

Mas, à parte os dois gols anulados, o Palmeiras não criou absolutamente nada. Com três volantes e três atacantes (Felipão errou novamente) na escalação, o Palmeiras abriu o buraco no campo que o Flamengo precisava para dominar sem sustos. Não houve conexão entre linhas.

A goleada só não foi maior porque o Flamengo tirou o pé no segundo tempo.

Muitos torcedores flamenguistas não entenderam quando eu disse, no post anterior e nas redes sociais, que o calendário era "generoso" com o Flamengo. Sem ler o texto (óbvio), deduziram que eu estava falando de alguma ajuda externa ou qualquer coisa do tipo. Como digo sempre, não me meçam com essas réguas aí!

O calendário é generoso não porque alguém fez com que fosse assim. É coincidência, sorte. O calendário é generoso porque, em seu melhor momento e focado só no Brasileiro, o Flamengo enfrenta em casa seus principais rivais. É a chance de ganhar de todos eles, abrir uma vantagem considerável na tabela e administrar essa vantagem no segundo turno. Muito melhor ter esses jogos difíceis agora e em casa do que se eles tivessem acontecido no início do trabalho de Jorge Jesus, por exemplo, com um monte de mata-mata intercalado.

O momento é todo do Flamengo.

O time deu uma demonstração gigante de força hoje. E na semana que vem, apesar dos desfalques pelas convocações, pega o lanterna Avaí, em Brasília. E depois Santos, Inter e São Paulo em casa, com apenas um jogo fora, contra o Cruzeiro. Tudo isso antes da partida de ida contra o Grêmio. Ou seja, é a chance de uma arrancada que pode, simplesmente, ser definitiva.

O Palmeiras está fora da briga? Claro que não. Mas precisa se reencontrar o mais rápido possível e dar um jeito de chegar ao final de setembro no máximo 5 pontos atrás do Flamengo.

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.