Flamengo não ganhou jogo, ganhou briga no Maraca
O futebol é cada vez mais tático e dependente da organização dos times em campo. Mas, quando a tática gera impasses, serão sempre os duelos individuais que decidirão partidas.
Foi o que aconteceu na "briga" desta quarta à noite no Maracanã. Porque não foi um jogo, foi uma briga. E nem falo isso em tom de crítica, porque há jogos em que metros são disputados como pratos de comida.
O fato é que o Bruno Henrique quebrou o impasse. Ganhou dois duelos individuais contra o ótimo Victor Cuesta, os dois lances resultaram em gols e encaminharam a classificação para o Flamengo. Nos dois lances, Moledo estava fora de posição, diga-se.
Do outro lado, os colorados devem estar felizões da vida com Nico López e sua tomada de decisões nos acréscimos.
O chileno Roberto Tobar foi o segundo melhor em campo – atrás, logicamente, do autor dos gols.
O árbitro foi perfeito na condução da partida. Muito brigada, poderia ter descambado para a violência em vários momentos. Os jogadores assumiram o tal espírito da Libertadores desde o início, entendendo que qualquer metro precisava ser "peleado". E assim fizeram.
Nada foi de graça. Nada. Jogos assim, claro, geram jogadas mais ríspidas, encontrões, carrinhos mútuos. E eles aconteceram aos montes. O árbitro controlou com conversa na medida certa, não distribuiu cartões gratuitos e não permitiu que os jogadores pressionassem a cada lance – nesse sentido, deixo aqui um elogio à maioria dos atletas em campo. Eles brigaram por cada bola, mas deixaram o juiz trabalhar sem mimimi.
O Inter conseguiu "adormecer" a partida até os 30min do segundo tempo. Era um jogo brigado, mas ruim até então. Com uma defesa monstruosa e o trio de volantes muito bem postado, os gaúchos conseguiram empurrar o 0 a 0 quase até o fim, sem deixar o adversário criar ameaças reais.
O Flamengo teve a bola, jogou bem, tentou, mas, assim como o Grêmio na terça, contra o Palmeiras, teve dificuldades para criar chances – foram só alguns chutes de fora, que pararam em Lomba. No primeiro tempo, o quarteto ofensivo tentou demais pelo meio. No segundo, com Gérson, Jorge Jesus abriu mais o campo e trouxe os laterais à frente.
O Inter sofreu o gol justamente no momento em que parecia, com Wellington Silva e Nico López, tentar dar a estocada ofensiva. Ironicamente, sofreu o gol no primeiro lance em que tinha muitos jogadores no ataque e levou um contra ataque.
Bruno Henrique foi "encontrado" no comando do ataque duas vezes, nas duas vezes ganhou o espaço de Cuesta e matou a partida.
E a nação rubro-negra tem que agradecer Nico López pela inacreditável chance perdida aos 46min. Depois, o mesmo Nico ainda teve duas oportunidades para encontrar bons passes e, de novo, foi fominha, tomou decisões erradas.
Como na Libertadores há a regra do gol fora de casa, o resultado é gigantesco para o Flamengo.
Grêmio e Inter muito provavelmente farão a final da Copa do Brasil. Grêmio e Inter muito provavelmente ficarão por aqui na Libertadores. A semifinal está desenhada para ser disputada entre os dois times de mais elenco e dinheiro no Brasil.
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