Sem Neymar, Brasil foi mais coletivo e equilibrado
Ninguém poderá me acusar de engenharia de obra pronta, pois venho falando o mesmo desde antes de a Copa América começar.
A Copa estava fácil para o Brasil e não era necessário Neymar para ganhá-la. Não era e não foi.
Tite não deveria ter convocado Neymar para esta competição, era uma chance de ouro de passar uma lição para seu melhor e mais mimado atleta. Além de ser uma chance também de conectar mais time e torcida, já que a rejeição a Neymar só aumenta no país. Após o soco dado no rosto de um torcedor na final da Copa da França, seria bastante compreensível e aceitável não convocá-lo.
Tite não fez isso, passou a mão na cabeça – de novo. Mas ganhou de presente a lesão que deixou Neymar fora da Copa.
E soube trabalhar bem com o que tinha. O Brasil foi um time mais coletivo e equilibrado na competição. Se na Copa do Mundo tudo acontecia pelo lado esquerdo, com Neymar e Marcelo, na Copa América o time dividiu melhor suas ações.
Após as entradas de Everton e Gabriel Jesus no time, o Brasil passou a esticar mais o campo. Pela esquerda, Everton foi destaque, combinou bem com Alex Sandro e com Coutinho. Pela direita, Gabriel Jesus e Daniel Alves, com apoio de Arthur, transformaram-se nos dois grandes nomes da seleção.
Daniel Alves é o maior campeão da história, um jogador subvalorizado por muitos aqui. É um monstro e foi o melhor jogador da competição.
O melhor de Neymar sempre vimos quando ele jogou pelo lado esquerdo, com chances de mano a mano e perto do gol. Mas alguém resolveu (ele mesmo?) que ele deveria virar meio-campista. E, no meio, Neymar sofre mais faltas, tem mais marcação e manipula mais as atenções.
Sem Neymar, o time pôde ficar mais bem desenhado, e Coutinho teve o espaço que precisava para jogar pelo meio. Coutinho e Arthur se encontraram sem o "trânsito" gerado pela presença de Neymar.
Com ele, teria sido campeão? Possivelmente sim.
Ele vai voltar e tem que voltar. Mas espero que a Copa América sirva de lição tática para Tite, já que sabemos que não servirá como lição disciplinar. O melhor Neymar é aquele que joga pela esquerda, pelo time, sem virar "dono da bola" e centro das atenções.
O time sai coletivamente fortalecido da competição. E com a certeza de haver vida sem ele.
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