Topo

Julio Gomes

O mês após a Copa América e a esperança santista

Julio Gomes

13/06/2019 05h00

Podemos falar de tabela, calendário, viagens, estado físico, estádios. Mas, no fim das contas, o que manda no futebol é o… futebol!

E do futebol do Santos não há muito o que falar. Foi um primeiro semestre marcado, em alguma medida, por decepções nos mata-matas. Mas o que era possível esperar do Santos seis meses atrás? A chegada de Sampaoli revolucionou o clube – para bem.

Eu digo, sem sombra de dúvida, que o Santos é o time mais surpreendente do semestre. Alguns ganharam títulos regionais, outros fizeram o papel, superando fases na Libertadores e na Copa do Brasil. Mas quem diria, mesmo após a chegada de Sampaoli, que o Santos chegaria à parada da Copa América em posição de sonhar com o título nacional?

Como eu disse, o que manda no futebol é o futebol. O Santos joga muita bola, com intensidade, coragem, técnica. Mas os outros fatores ajudam. E o copo meio cheio que o torcedor santistas pode ver, após as eliminações, é o calendário vazio. Entre os times no alto da tabela do Brasileiro, só o Santos estará pensando apenas no Brasileiro.

A Copa América acaba no domingo, 7 de julho, e imediatamente começa a maratona para nossos clubes. Quem está vivo na Copa do Brasil e na Libertadores não terá descanso, é o caso de Palmeiras, Flamengo e Inter – me perdoem, mas não considero relevante que clubes como Atlético-MG, Botafogo e Bahia estejam ocupando posições altas na tabela no momento.

Um mês após o reinício, o Santos terá jogado quatro partidas, com semanas inteiras de treinos e recuperações entre elas. Palmeiras, Flamengo e Inter terão jogado oito partidas, com viagens, sem tempo para nada e com a aleatoriedade de classificações e eliminações. Olhem abaixo o calendário, ainda com datas inexatas de Brasileiro e Copa do Brasil, pois não foram anunciados os horários dos jogos.

Enquanto o Santos faz quatro jogos em que pode vencer todos (por que não?), o Palmeiras tem Inter na Copa do Brasil, time argentino na Libertadores, dois clássicos com torcida contra e uma viagem ao Ceará. O Flamengo faz viagens a Curitiba e Guayaquil nos mata-matas, estreia técnico novo. O Inter tem o Palmeiras, tem Gre-Nal, tem o Parque Central para encarar em Montevidéu.

Enfim, a tabela é um fator. Menor que a bola, mas é um fator. Não é possível proibir o torcedor santista de sonhar nesta pausa de Copa América.

SANTOS:
14/7 Dom – Bahia (f) – BR
21/7 Dom – Botafogo (f) – BR
28/7 Dom – Avaí (c) – BR
4/ago Dom – Goiás (c) – BR

PALMEIRAS:
10/7 Qua – Internacional (c) – CdB
14/7 Dom – São Paulo (f) – BR
17/7 Qua – Internacional (f) – CdB
20/7 Sáb – Ceará (f) – BR
23/7 Ter – Godoy Cruz (f) – Lib
27/7 Sáb – Vasco (c) – BR
30/jul Ter – Godoy Cruz (c) – Lib
4/ago Dom – Corinthians (f) – BR

FLAMENGO:
10/7 Qua – Athlético-PR (f) – CdB
14/7 Dom – Goiás (c) – BR
17/7 Qua – Athlético-PR (c) – CdB
21/7 Dom – Corinthians (f) – BR
24/7 Qua – Emelec (f) – Lib
28/7 Dom – Botafogo (c) – BR
31/jul Qua – Emelec (c) – Lib
4/ago Dom – Bahia (f) – BR

INTER:
10/7 Qua – Palmeiras (f) – CdB
14/7 Dom – Athlético-PR (f) – BR
17/7 Qua – Palmeiras (c) – CdB
21/7 Dom – Grêmio (c) – BR
24/7 Qua – Nacional (f) – Lib
28/7 Dom – Ceará (c) – BR
31/jul Qua – Nacional (c) – Lib
4/ago Dom – Fluminense (f) – BR

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.