Carille pagou o preço do risco que correu

O primeiro tempo de Corinthians x Flamengo foi aquela porcaria com a qual já nos acostumamos no Brasil. O segundo tempo ia pelo mesmo caminho, até que Carille colocou Pedrinho e Jadson em campo, posicionando Love no comando de ataque.

A escalação teve um quê de ousadia, com Ralf como único volante e Júnior Urso no banco. O marasmo e o desencontro, no entanto, seguiram lá pela maior parte do tempo. Foi só após as alterações que o Corinthians começou a jogar mais – e o Flamengo, com mais espaços, também.

O gol flamenguista, de Arão, só é possível porque não há marcação dos meio-campistas para a chegada do volante rival. Sornoza está por ali, mas não passa nem perto de disputar a bola com Arão. A zaga não é diretamente culpada pelo gol, mas o fato é que as jogadas aéreas sempre levam perigo ao Corinthians.

Há de se ressaltar o passe magnífico de Bruno Henrique, o melhor jogador do Flamengo na temporada. Com espaço, o Flamengo é realmente muito perigoso, principalmente por causa dele.

Foi uma boa meia hora de futebol no segundo tempo, com chances para os dois lados. Mas ganhou o que é, de fato, o melhor time.

A Copa do Brasil é fundamental para o Corinthians, porque ganhar o Brasileiro não parece realista. O Flamengo, por outro lado, tem frentes grandes na Libertadores e no próprio Brasileiro. Não é uma eliminatória fechada, o Corinthians pode vencer no Maracanã, mas inegavelmente a temporada de Carille parece que vai se resumir mesmo ao Paulistão – e, talvez, beliscar algo na Sul-Americana.