Desafio do São Paulo é muito mais emocional do que técnico

Entre os quatro grandes paulistas, o que tinha pela frente o adversário técnico mais difícil nas quartas de final do campeonato era o Santos. E o time de Sampaoli fez importantes 2 a 0 sobre o Red Bull, o time de melhor campanha na fase inicial.

É claro que a primeira fase do Paulista precisa ser relativizada, já que ela vira uma espécie de pré-temporada para os grandes. Mas isso não diminui o feito do time de Antônio Carlos Zago, que não tem tradição nem torcida nem estádio, mas tem a organização fora de campo que poucos grandes têm.

Palmeiras e Corinthians têm a obrigação de passar por Novorizontino e Ferroviária, pelo elenco que têm e o momento que vivem. O Santos, como já disse, tem o maior desafio técnico. E o São Paulo?

O São Paulo é o time das quartas que passou com menos pontos. E o Ituano, que liderou o mesmo grupo, é o segundo de pior campanha entre os oito. Entre os 16 times do campeonato, Ituano e São Paulo foram o oitavo e o nono, respectivamente, na soma de pontos.

Então, ao contrário do Santos, o São Paulo não enfrenta exatamente um timaço. O grande desafio do Tricolor é emocional. É uma instituição em crise, e isso se reflete no campo. Já faz tempo.

Nesta semana, foi ao Bandsports o vice Roberto Natel, essencialmente contar que não tem nada a ver com a administração Leco, que sua sala de vice-presidente foi colocada em um cantinho qualquer do clube e que trabalha "por dentro" para "mudar tudo o que está aí". É apenas um exemplo de como as coisas andam internamente.

O São Paulo sempre pareceu um clube imune a essas crises. Hoje, dos grandes brasileiros, é o mais afundado nela. O único comparável talvez seja o Fluminense.

O São Paulo tem as condições para vencer bem o Ituano, no Morumbi, e encaminhar a classificação para enfrentar, provavelmente, o Palmeiras. O problema maior não é o time de Itu, é superar um clima geral de depressão. Do campo às arquibancadas, o São Paulo não é mais o mesmo.