Ex-soberano, São Paulo virou piada
Faltou raça? Bem, não faltou. Sobrou até. A solada de Éverton na cara do jogador do Talleres mostra isso.
Mas quem fala muito de raça é porque está sentindo falta de uma coisinha chamada futebol.
O São Paulo não passou nem perto de se classificar para a fase seguinte da chamada Pré-Libertadores. Claro que poderia ter saído um golzinho maluco aí em algum momento. O jogo de hoje poderia ter sido incendiado. O futebol é assim. Mas não sempre.
Alguém tem dúvida de qual time foi o melhor da eliminatória? E olha que o Talleres não é realmente nada demais. Veio para não jogar no Morumbi. E nem precisou jogar, porque havia um bando do outro lado.
O primeiro tempo talvez tenha sido o mais deprimente da história do clube. Nojento. Parecia um campo de 250 metros, com jogadores distantes, sem pressa, sem treino, sem nada.
O São Paulo paga o preço de verdadeiramente ter se achado soberano um dia. Parou no tempo e, quando viu, o Corinthians já tinha estádio, o Palmeiras se enriqueceu, até o Santos ganhou Libertadores. Sem contar o resto do país – tem muito clube já com estrutura tão boa ou melhor.
O pepino é que o São Paulo não parou simplesmente no tempo. Ele voltou no tempo. Os tempos de conselheiros dando "conselhos" (se fosse bom, não seria de graça, diz o ditado). Da politicagem. Das demissões compulsivas de técnicos. Dos desmandos. Do discurso populista.
O São Paulo conseguiu rifar até mesmo o bom valor que tinha, André Jardine, que se queimou profundamente. Queimou Rogério Ceni. Demitiu Aguirre. A cada semana, vende um talento.
Não é uma vergonha ser eliminado pelo Talleres. Mas é um vexame completo pela maneira como a eliminatória se desenvolveu.
Corinthians, Palmeiras, Flamengo, Vasco, todos os gigantes brasileiros já foram motivo de chacota por um tempo, curto ou longo, de sua história. Dada a consistência desde a década de 70, parecia que isso nunca aconteceria com o São Paulo. Mas aconteceu.
Hoje, o tricolor paulista é uma piada.
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