Quando a maior final vira a maior vergonha
Boca Juniors x River Plate era a chance de mostrar ao mundo que existe futebol longe da Europa. Opa, olhem para cá também. Temos camisas importantes. Tem Brasil, tem Argentina, tem Uruguai, tem rivalidade, tem emoção, comoção, tem coisa grande acontecendo aqui também.
Com a coisa de serem jogos em dois sábados, chance maior ainda de fisgar algum público europeu – porque noite aqui é madrugada lá, ninguém sabe que rolam os jogos de Libertadores no meio de semana. Chance grande de beliscar alguma coisa no mercado americano – sigo achando que o futebol sul-americano só poderá competir de frente com o europeu de novo quando os americanos entrarem na parada.
Só que os fatos se atropelam. E a maior final da história da competição vira a maior vergonha.
Primeira final adiada por chuvas, dia trocado. Torcida única, o que, convenhamos, é um recibo danado da nossa incapacidade de organizar eventos. E, duas semanas depois, a justificativa de jogos assim serem disputados com torcida única.
A selvageria de um punhado de torcedores do River Plate, covardemente jogando de tudo no ônibus do Boca. Ou seja, total falta de organização (o ônibus precisava passar por aquela rua? Não deveria estar sendo melhor protegido?) e total falta de civilidade.
Essa é a mensagem que a América do Sul passa para o mundo. Quando se trata de futebol, não só não somos tão grandes como antes fomos, como somos cada vez mais selvagens.
Uma vergonha completa. Uma pena enorme.
Querem piorar as coisas? Forçar o Boca Juniors a entrar em campo nessas circunstâncias. Uma final manchada para sempre. A Conmebol precisa acabar.
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