Real Madrid vive o caos a uma semana do clássico
É necessário voltar quase 10 anos no tempo. Até maio de 2009, para encontrar uma sequência de cinco derrotas do Real Madrid.
Foram as cinco rodadas finais da temporada 2008/2009. Então treinado por Juande Ramos, o Real defendia uma invencibilidade de 18 partidas e recebia o Barcelona no estádio Santiago Bernabéu. Estava quatro pontos atrás e precisava vencer para por fogo na disputa pelo título. Levou de 6 a 2, no famoso primeiro jogo em que Guardiola usou Messi como "falso 9". Era o primeiro ano de Guardiola no Barça – com 100% de aproveitamento de títulos.
Depois dos 6 a 2, o Real Madrid baixou a guarda e perdeu seus últimos quatro jogos no campeonato (para Valencia, Villarreal, Mallorca e Osasuna). Cinco derrotas seguidas.
Neste sábado, o Real Madrid voltou a protagonizar um papelão. Diante de sua torcida, perdeu por 2 a 1 para o minúsculo Levante. Pela primeira vez desde 2009, o time fica cinco jogos sem vitória. Perdeu para Sevilla, empatou o dérbi com o Atlético e depois foi derrotado por Alavés (!) e Levante (!!) na Liga espanhola. No meio desses jogos, perdeu para o CSKA Moscou pela Champions League.
As três derrotas seguidas ocorrem pela primeira vez desde a já citada sequência de 2009.
Pelo menos, quando Marcelo marcou hoje contra o Levante, já no fim do segundo tempo, o clube encerrou em 481 minutos o período de seca. Foram 8 horas de futebol sem um gol do Real Madrid. Surreal. Mas não atingiu o recorde negativo, de 494 minutos sem um golzinho, estabelecido em 1985.
O Real sente falta de Cristiano Ronaldo? Claro que sim.
Quantos jogos ruins o clube teve salvos por Cristiano em vários momentos das últimas temporadas? O Real da temporada passada já dava sinais de decadência, mas ganhou o tri europeu na marra, sabe-se lá como.
Porém, o buraco é mais embaixo. Junto com Cristiano, saiu Zidane e sua capacidade de manter o clube pacificado. Ninguém desafia a palavra de um dos maiores nomes da história do Madrid. Unir o vestiário é sempre o primeiro passo para conseguir vitórias com elencos multiestelares. Depois vem tática, técnica, etc.
O Real Madrid vive aquele período do quais muitos grandes clubes já foram vítima. Transição mal feita. Chegou técnico novo, com jogadores velhos. Um grupo que já ganhou de tudo e não está muito a fim de ouvir blá blá blá.
É muito possível que o Real Madrid quebre a série negativa na terça-feira, pela Champions, contra o Viktoria Pilsen, da República Tcheca. E domingo que vem é clássico no Camp Nou, contra o Barcelona.
Muitos técnicos já caíram após chegarem ao clássico na corda bamba e fracassarem contra o Barcelona. Rafael Benítez, Luxemburgo, a lista é grande. Schuster caiu em 2008 uma semana antes do clássico, dando lugar justamente a Juande Ramos.
Será que Julen Lopetegui escapa? Será que ele chega ao clássico?
É um técnico que gosta de rodar jogadores, não define um time principal, não tem a confiança de ninguém. Não é o time de Bale, não é o time de Benzema, não é o time de Courtois, não é o time de Modric-Kroos. O Real Madrid de Lopetegui não tem cara.
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