Klopp é o técnico que melhor entende o futebol da atualidade
Pep Guardiola, José Mourinho, Diego Simeone, Zinedine Zidane. Não são poucos os técnicos badalados do mundo, e possivelmente todos eles mereçam os elogios e salários que recebem. Mas será que não subestimamos Jurgen Klopp?
O homem é o último a ter derrubado o Bayern de Munique na Bundesliga. Ficou a minutos de vencer a Champions com o Borussia Dortmund. Perdeu outra final, a de meses atrás, porque seu goleiro fez as lambanças que fez contra o Real Madrid. É a nêmesis de Guardiola, considerado por muitos, inclusive este escriba, o gênio dos gênios.
Creio que, neste momento, não haja técnico que entenda melhor o espírito do futebol mundial. O jogo se transformou. Hoje, há muita intensidade física, a disputa não para e os atletas precisam se multiplicar. Os torcedores, no estádio ou pela TV, querem ver correria e gols.
Não é à toa que os torcedores dos times de Klopp amem o alemão de paixão. Além de seus times serem legais de ver, eles vencem jogos e o treinador vive cada minuto da partida como se fosse o último da vida. A entrega dele é total. E a de seus comandados, logicamente, também.
Há outros técnicos que conseguem arrancar isso de seus jogadores. Mas talvez não consigam divertir as pessoas que estejam assistindo aos jogos.
O Liverpool foi o melhor time em campo durante todo o jogo contra o Paris Saint-Germain, neste dia de abertura da Liga dos Campeões da Europa. Venceu por 3 a 2, com um gol de Firmino nos acréscimos, mas poderia ter goleado. Estamos falando de dois dos favoritos ao título. Foi um jogaço.
O Liverpool é um time que pressiona demais o adversário. Quando tem a bola, imprime velocidade, empurra, joga com muita verticalidade. Quando não tem a bola, morde o tempo inteiro e em todas as linhas, em todas as partes do campo. É alucinante, a 200 por hora o tempo todo.
Letal no ataque e seguro na defesa, coisa que não era antes da chegada de Van Dijk. Talvez o detalhe a ser corrigido seja a falta de atenção nos 15 minutos finais das partidas. Tem que matar antes ou então saber se defender melhor no fim.
O Liverpool fez 2 a 0 no primeiro tempo sem muitos problemas contra o PSG e só levou um gol de Meunier porque o trio de arbitragem não apontou o impedimento de Cavani no lance – chega a ser surreal que a Champions não tenha o bendito VAR.
No segundo tempo, o normal seria vermos o PSG pressionar em busca do empate. Pode até ter tentado. Não conseguiu. O Liverpool foi o melhor time em campo e teve várias chances de ampliar o marcador.
Vou inventar uma frase nova agora: quem não faz, toma. O jogo estava mortinho. Um passe errado de Salah foi suficiente para, em um roubo de bola de Draxler, Neymar acelerar a jogada e ela sobrar para Mbappé empatar. O Paris mal sabia como tinha conseguido chegar ao 2 a 2.
Mas a intensidade dos times de Klopp é inesgotável. Apesar da ducha de água fria, o Liverpool foi para cima, empurrou e chegou ao merecido 3 a 2.
O Paris começou a temporada passada atropelando o Bayern e acabou sendo eliminado logo nas oitavas pelo Real Madrid. Perder hoje não quer dizer muita coisa. Mas há muito o que corrigir. Não tem muito sentido Neymar jogar como armador, ele precisa de espaço, de campo, do 1 contra 1, precisa estar perto do gol para fazer o que sabe fazer melhor: gol.
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