Diário da Copa: A seleção do bom humor joga por música
Sigo impressionado com o fenômeno que vemos nas arquibancadas russas. Os europeus não vieram. Os sul-americanos, sim.
A Polônia fica pertinho da Rússia. E, mesmo com as desavenças históricas entre os países, é difícil entender por que tão poucos poloneses vieram para a Copa. Já os colombianos…
As invasões continuam. Mais de 30 mil pintaram de amarelo o estádio de Kazan – aliás, uma arena espetacular.
Kazan e Colômbia foram o casamento perfeito. Uma cidade para cima, acolhedora, recebendo a turma de torcedores mais espirituosos da Copa.
A impressão é que os latinos tomaram gosto por ir a Copas do Mundo depois das invasões que vimos no Brasil, quatro anos atrás. Vieram em peso, e a Copa "europeia" é uma Copa em que os times de países muito mais distantes são os que verdadeiramente jogam em casa.
A onda colombiana vem acompanhada de muito bom humor e de muita música. As perucas à la Valderrama são um sucesso absoluto. O culto a Higuita está presente. E, nas ruas de Kazan, não eram raros os colombianos levando pequenas caixas de som e deixando a salsa correr solta. As noites do fim de semana, então, ficaram pequenas.
Ainda não vi muitos russos entrando na onda e dançando junto. A integração não é uma coisa tão óbvia aqui. Por mais contagiante que sejam os colombianos, russos não se deixam levar facilmente.
E não são apenas torcedores colombianos que levam a salsa para lá e para cá. O mesmo acontece com a seleção de James Rodríguez.
As dancinhas de Mina já nos são conhecidas dos tempos em que o zagueiro colombiano jogava no Palmeiras. Ontem, teve dancinha na Rússia para o mundo inteiro ver.
O vestiário colombiano é um vestiário de música. A exceção é quando perdem. Nada de jogadores com fones de ouvido, cada um na sua. Não, não. A música é ouvida por todos. É uma parte importante da cultura do país e da cultura deste time, que já joga junto há um bom tempo (conto um pouco mais sobre isso aqui nesta reportagem para o UOL Esporte).
Me pergunto o que acontecerá quando começar o mata-mata. O torcedor que costuma viajar para a Copa do Mundo compra ingressos para os jogos da primeira fase e se manda de volta para casa. Será que os colombianos, por exemplo, continuarão por aqui? Se ficarem, isso pode fazer uma diferença tremenda em campo.
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