Topo

Julio Gomes

Só Neymar é mais importante do que Daniel Alves na seleção

Julio Gomes

11/05/2018 04h00

A dúvida está no ar. Na segunda-feira, Tite convocará a seleção brasileira para a Copa do Mundo, e a grande interrogação é Daniel Alves.

Após a lesão da última terça, ainda não há um diagnóstico claro. Terá de operar? Basta tratar? Volta em quanto tempo?

Depois de Neymar (não há hexa sem ele), ninguém é mais importante para a seleção do que Daniel Alves. Não estou, com isso, dizendo que ele é o segundo melhor jogador do Brasil de Tite. Aliás, na minha visão Daniel errou ao escolher o PSG em detrimento do Manchester City. Perdeu nível. Perdeu competitividade e fez uma temporada média – como médio é o futebol francês. Quis se divertir com Neymar e as coisas não deram muito certo.

Mesmo assim, não há desnível maior em qualquer posição do que na lateral direita. Fágner, Danilo, Rafinha… nenhum desses caras se aproxima da capacidade técnica de Daniel Alves. Esta já era a posição mais crítica da seleção, exatamente porque Dani não vive seu melhor momento, mas não tem sombra. Agora, então, a coisa só piora.

Além deste problema, a ausência de um reserva à altura, estamos falando de um jogador altamente competitivo, importante no vestiário, multicampeão, experiente e que já viveu derrotas em Copas do Mundo. Minha aposta é que Daniel seria o capitão de Tite no Mundial.

Se não for necessária cirurgia e o diagnóstico apontar que Daniel Alves poderá voltar em algum momento da Copa, acredito que Tite será obrigado a levá-lo. Terá de arriscar. Pela liderança e pela possibilidade de voltar no mata-mata.

O mais provável é que o treinador comece o período de treinos na Granja Comary com 24 atletas. Leve dois laterais e espere até o fim para saber se poderá contar com Daniel Alves.

Claro que dá para ser campeão do mundo sem ele (sem Neymar, repito, não dá). Mas será ainda mais difícil do que já seria normalmente.

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.