Real Madrid é uma máquina de fazer times pagarem por seus pecados
Quantas vezes já vimos essa história? O time joga bem contra o Real Madrid. Pode ser um pequeno, de forma surpreendente. Pode ser um gigante, tipo Bayern de Munique. Perde um gol. Perde outro. Domina. E…. pumba.
Foi a história do jogo desta quarta, em Munique. Uma cidade em que o Real Madrid havia perdido nas dez primeiras visitas que fizera na história, mas onde ganha agora a terceira de forma consecutiva. O Bayern era a "bestia negra". Virou freguês em casa.
Zidane montou o Real de forma cautelosa, sem Benzema ou Bale, com Cristiano Ronaldo isolado na frente e Lucas Vázquez no time para marcar pelo lado. Povoou o meio de campo. Até conseguiu ter a posse de bola nos primeiros minutos. E ainda deu a sorte de ver o Bayern, com uma formação ultraofensiva, perder Robben, machucado, no comecinho do jogo.
Mas o Bayern se acertou, fez o gol em um contra ataque improvável, com Kimmich, e a partir daí encontrou os espaços no meio de campo. Teve várias chances de gol, a melhor delas com Ribery, outras em escanteios que poderiam ter acabado com bola na rede. Era jogo para 2 a 0 no primeiro tempo.
Mas o Real Madrid faz todo mundo pagar por seus pecados. Todo. Mundo. Até o Bayern.
Bastou uma falha na intermediária e Marcelo acertou um chute lindo para empatar o jogo. No intervalo, Zidane tirou Isco, sacrificado pela esquerda, e colocou Asensio, um jogador mais incisivo. Subiu a marcação, incomodou a saída de bola do Bayern e fez seu time ser muito superior no segundo tempo.
Foi Rafinha, que fazia uma ótima partida pela esquerda, que deu o presente que Asensio não desperdiçou. 2 a 1 para o Real Madrid. Asensio, o mesmo que decidiu a eliminatória contra o PSG. Futuro e presente do Real Madrid.
O Bayern ocupou o campo de ataque, mas o Real Madrid, fechadinho, apesar da frustração de Cristiano por ficar tão isolado na frente, conseguiu fazer o seu jogo funcionar.
O Bayern havia perdido também Boateng por lesão no primeiro tempo. Heynckes ficou sem margem de manobra tática. Talvez, quando o Real perdeu Carvajal, pudesse ter trazido Rafinha para direita, aberto Kimmich na frente e jogado Thomas Muller para dentro da área. Uma área em que Lewandowski passou o jogo inteiro enrolado no meio de três, quatro, cinco adversários.
Quando Ribery conseguia fazer algo pela esquerda, mesmo com a língua de fora a seus 35 anos de idade, não havia ninguém na área para concluir. Faltou presença ofensiva ao Bayern no posicionamento dos meias e de Thomas Muller.
No segundo tempo, não apareceram chances ótimas como no primeiro. A melhor foi aos 43min, mano a mano de Lewandowski com Navas, que o polonês tocou pessimamente, para fora.
O Bayern perdoou no ataque, errou no lance do segundo gol. E o Real Madrid, como sempre, fez o adversário pagar o preço.
Não é uma eliminatória definida, claro que não. No ano passado, o Real ganhou por 2 a 1 em Munique, mas o Bayern devolveu o placar em Madri e levou o jogo para a prorrogação. A expulsão equivocada de Vidal deu ao Real a possibilidade de fazer três gols na prorrogação e se classificar.
Tem jogo. O Bayern tem gente suficiente para reverter. Mas, neste momento, é difícil imaginar uma final de Champions League diferente de Real Madrid x Liverpool.
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