Árbitro decide o jogo. Eles estragam o futebol também na Europa
A incompetência e a vontade de aparecer não têm nacionalidade, religião ou raça.
O britânico Michael Oliver, isso mesmo, um britânico, ou seja, um juiz de um lugar em que faltinhas não são marcadas, resolveu colocar o Real Madrid nas semifinais da Liga dos Campeões da Europa.
Anotou um pênalti para lá de discutível de Benatia em Lucas Vázquez aos 48min do segundo tempo. A Juventus vencia por 3 a 0 e levava de forma surreal a eliminatória para a prorrogação. Depois do milagre da Roma contra o Barcelona, estávamos à beira de outro na Champions. Mas ele não ocorreu.
O lance é duvidoso, eu admito isso. Aliás, o gesto do árbitro também denuncia que o lance foi duvidoso. Ele demora para apitar. Benatia encosta em Vázquez, que possivelmente faria o gol. O futebol é um jogo de contato, não é qualquer carga que é faltosa.
Mas, mais do que isso. No futebol, árbitros estão lá não apenas para colocar regras em prática. E, sim, levar o jogo. Arbitrar. Mediar. Um juiz que marca um pênalti nos minutos finais de uma partida (ou nos acréscimos) está decidindo a partida.
Assim como um juiz que expulsa um jogador nos minutos iniciais. Expulsão no começo e pênalti no fim são coisas que árbitros precisam evitar. E, de fato, evitam. Até que aparece algum Oliver da vida.
Como apareceu Javier Castrilli 20 anos atrás, naquele infame Corinthians-Portuguesa. São decisões de arbitragem que impedem o time prejudicado de buscar a reação (ou correção). Porque simplesmente não sobra tempo.
Árbitros não estão em campo para decidir partidas. São os jogadores que estão. Há casos inevitáveis, claro. Lembro-me da mão de Suárez na Copa de 2010, impedindo o gol de Gana. Mas, em um lance duvidoso ou não tão claro, como este do Bernabéu, um juiz NUNCA pode apitar pênalti. Nunca.
"Regras são regras", choverão comentários assim aqui neste post. O primeiro minuto e o último são a mesma coisa. Nananinanão. Existe um código não escrito no futebol. Não é bem assim que funciona.
As regras do futebol têm altíssima carga de interpretação. Mesmo que Michael Oliver interprete a carga de Benatia como faltosa, ele não pode dar o pênalti. Pelo momento do jogo. Repito. Ele não está lá para decidir o jogo.
A Juventus expôs todos os problemas do Real Madrid e de Zidane. Que, ainda que esteja sendo um técnico cada vez melhor, ainda comete erros difíceis de explicar. No intervalo, com 0-2, tirou Casemiro de campo. Fechou o lado em que Douglas Costa fazia chover, mas escancarou a entrada da área e aumentou as chances da Juventus.
A prorrogação seria um final digno para uma eliminatória que começou com show de Ronaldo em Turim e acabaria com show de Buffon e companhia em Madri. Mas Oliver e, depois, novamente Ronaldo, não deixaram – aliás, que cobrança.
Uma brincadeira corrente na Europa quando se enfrentam Real Madrid e Juventus é falar que o juiz fica maluco em jogos assim. Não sabe quem ajudar. Claro, é uma coisa de torcedores rivais. Real e Juve sempre foram muito ajudados no futebol doméstico, ao longo da história. Times grandes sempre são muito ajudados, em qualquer lugar do mundo. Nesta quarta, tivemos o tira-teima.
Uma pena. Mas, com gente querendo ser mais realista que o rei, não tem VAR que funcione.
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