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Julio Gomes

Klopp deu mais baile sobre um 'inventor' Guardiola

Julio Gomes

04/04/2018 17h38

Jurgen Klopp não é qualquer treinador de futebol. É o único homem que ganhou seis jogos de futebol contra Pep Guardiola (perdeu cinco).

Guardiola não é infalível. Ele erra. Todos erramos. Mas há erros e erros. Momentos e momentos para errar. Errar nas quartas de final da Champions. E contra Klopp… bem, são esses os erros que te assombram por anos.

O Manchester City atuou o ano inteiro com jogadores abertos, colados nas linhas laterais, espalhando as defesas rivais e dando corredores para De Bruyne e David Silva. Nesta quarta, em Liverpool, Guardiola não escalou nem Sterling nem Bernardo Silva. Optou por Gundogan, um volante, aberto pela direita. Perdeu agressividade no ataque e consistência no meio de campo. Do outro lado, optou por um zagueiro, Laporte, na lateral esquerda.

Inventou. E pagou o preço. A derrota por 3 a 0 não é irreversível. Em setembro, no primeiro turno da Premier League, o City meteu 5 a 0 no Liverpool. Mas, convenhamos, o Liverpool está com um pé na semifinal, para provavelmente acompanhar Barcelona, Real Madrid e Bayern nas semis mais laureadas de todos os tempos.

No primeiro tempo em Anfield Road, o City teve "só" 55% de posse de bola, abaixo de sua média. O Liverpool foi o time que quis a bola. Especialmente no segundo seguinte após perdê-la.

Ao longo dos anos, muitos treinadores tentaram parar os times de Guardiola marcando de forma passiva e fechando linhas na frente da área. Klopp, não. E vimos mais uma vez um time do alemão jogar de forma agressiva, mordendo em todas as partes do campo e adiantando a primeira linha de marcação até a área, quando preciso. Até Ederson chegou a ser pressionado na saída de bola.

A marcação agressiva do Liverpool, somada à má escalação do City, resultou em um incrível 3 a 0 em apenas meia hora de jogo.

Guardiola só foi acertar o time no intervalo. Abriu De Bruyne pela direita e trouxe Gundogan para o meio. Depois, colocou Sterling no lugar do alemão, posicionando o belga ao lado de Silva, pelo meio. Ou seja, o City só jogou como City dos 12min do segundo tempo para frente.

Criou chances, pressionou, jogou dentro da área do Liverpool – e ainda teve sorte por Salah sair contundido, o que obviamente comprometeu as saídas do time da casa em contra ataques.

Mas, em apenas meia hora e com Sané e De Bruyne em uma noite para esquecer, não eu para o City.

É a terceira vitória do Liverpool de Klopp sobre o City de Guardiola em três duelos em Anfield. A sexta de Klopp em 13 jogos contra o catalão, se somarmos os duelos da Alemanha. Está virando freguês.

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.