Futebol brasileiro tem machões demais, jogadores de menos
De que adianta falar do clássico? O torcedor hoje em dia vibra mais com briga do que com gol. Fala mais de porrada do que boas jogadas de defesa. Debate mais juiz do que técnico.
O Palmeiras fez um jogo sólido em Itaquera, como não havia feito contra o Santos e nem no dérbi da primeira fase. Contou com a falha de Cássio para abrir o placar. Depois, defendeu bem, cedeu poucas chances ao Corinthians – que segue com o problema crônico de criar pouco quando precisa buscar o resultado.
O Palmeiras teve chances para matar a final no segundo tempo. Teve espaço e ocasiões. Não aproveitou. Ainda assim, leva uma vantagem enorme de jogar por dois resultados no segundo jogo, diante da própria torcida.
Mas o episódio que será falado durante toda a semana será o da briga ao final do primeiro tempo.
Os dois expulsos após a confusão, Felipe Melo e Clayson, deveriam começar o jogo já com cartão amarelo. Só pela palhaçada de não se cumprimentarem no início da partida, quando os times estão enfileirados.
Se envolveram em confusão sei lá quando e não se cumprimentam. Que façam cara de nojinho. Que sejam hipócritas, sim. Mas não deem um exemplo pífio desses.
Temos uma sociedade violenta, agressiva, o futebol é um dos catalisadores para que as coisas explodam. Estamos cansados de ver isso. Para que serve dois jogadores de futebol mostrarem o total desrespeito um pelo outro antes mesmo do jogo? O que esperar que façam DURANTE o jogo?
Bem, exatamente o que fizeram. Que troquem sopapos e agressões na primeira oportunidade.
E o que gera o empurra-empurra? Qualquer coisa, não é mesmo? É o país dos machões.
Nesse caso específico, não gostei do que fez Henrique. Levou um tranco normal de Borja e quis dar de xerifão, como sempre fazem os zagueiros. Aí depois chega Dudu, que também não é exatamente amado por ninguém, para "separar". E aí chega todo mundo.
Mas, se não fosse o tranco de Henrique em Borja, seria outra coisa. Porque qualquer coisa é motivo para os tumultos que só vemos por aqui. Raríssimos fora, frequentes nos campos do Brasil.
Porque é o país dos machões. O futebol em que antes de jogar o que os caras querem é ganhar pontos com a torcida. Cada um tem um alvo preferido e se aproveita dessas situações para dar aquela chegada, aquele tabefe, aquele safanão. Torcedores, aliás, com sangue exageradamente nos olhos.
Falta bola, sobra garganta.
O árbitro foi quase perfeito na partida. Talvez pudesse ter dado uns três amarelos para Gabriel. Mas também perdoou amarelos ao Palmeiras. Ele não quis estragar ainda mais o jogo. Fez bem.
Espero que após a partida os jogadores de Palmeiras e Corinthians vejam bem o exemplo que deram. E depois não fiquem só com palavras bonitas quando os cabecinhas vestidos com as camisas de um e de outro estejam se matando pela cidade, enquanto eles fazem churrasco juntos.
É preciso dar exemplo para ser exemplo.
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