Explosão do mercado foi a grande notícia do futebol em 2017
Quando o Paris Saint-Germain depositou os 222 milhões de euros por Neymar, pagando ao Barcelona a multa rescisória, muitos viram aquele movimento como uma aberração do mercado. Uma distorção que só poderia ocorrer porque o PSG é um clube que na prática, pertence a um país – o Catar.
Mas é importante notar que o último mercado do verão europeu teve muitas outras transferências que implodiram recordes e mostraram que o que existe mesmo é uma tendência. O próprio Barcelona usou o dinheiro para pagar 105 milhões por Dembélé, do Borussia Dortmund, de apenas 20 anos, e 40 a um clube da China para trazer Paulinho.
Tiveram os 85 milhões pagos pelo Manchester United por Lukaku. E tantos outros negócios com volumes enormes de dinheiro. Morata do Real para o Chelsea, o Manchester City gastando centenas de milhões para trazer goleiro e laterais, a injeção de dinheiro no Milan, etc. O próprio PSG já se comprometeu a pagar outros 180 milhões de euros no meio do ano que vem ao Monaco para ter Mbappé, que por enquanto chegou por empréstimo.
De acidente, não tem nada.
A explosão do mercado foi a grande notícia do futebol em 2017. Com todo respeito ao bi europeu do Real Madrid, ao Chelsea de Conte, ao Grêmio de Renato Gaúcho, ao Corinthians de Carille e até à eliminação da gigante Itália da próxima Copa do Mundo.
Nada, no planeta bola, foi mais relevante do que a onda de transferências gigantescas.
A economia reaquece em alguns lugares da Europa, os clubes ganham mais e mais dinheiro globalmente, não apenas localmente, e existe uma corrida insana sendo disputada. O tal Fair Play financeiro foi o grande derrotado do ano e não parece passar de mais do que conversinha para boi dormir.
É uma corrida que vai ampliando o abismo dentro da própria Europa entre alguns gigantes nacionais e outros clubes menores. O que dizer então do abismo entre os gigantes da Europa e os clubes da América do Sul? Esse extremo fortalecimento e as quantias exorbitantes deixam a Champions League cada vez mais espetacular. Mas geram degradação esportiva das ligas domésticas europeias.
Precisamos ver no que vai dar.
Mas o movimento de final de ano já nos mostra que a tendência é irreversível. Nesta semana mesmo, o Liverpool anunciou a contratação do zagueiro mais caro da história. Não, não é o Baresi nem o Gamarra nem o Maldini nem o Sergio Ramos. O Liverpool pagou 75 milhões de libras (330 milhões de reais) pelo holandês Virgil Van Dijk, de 26 anos, do Southampton.
Estaria o Liverpool já contanto com um dinheiro que receberá por Philippe Coutinho? Tudo bem que a defesa do Liverpool é uma peneira e tanto. Mas 75 milhões de libras?? Uau.
É possível que o Barça finalmente consiga contratar Coutinho em janeiro ou no meio do ano e é plausível imaginar que o valor supere o pago pelo PSG por Neymar, virando a maior venda da história.
Ainda tem o climão de Cristiano Ronaldo no Real Madrid. Quanto algum clube do mundo poderia pagar por ele?
Em 2018, teremos Copa do Mundo. Teremos a Libertadores com maior número de campeões na história. Teremos PSG x Real Madrid logo de cara, nas oitavas de final da Champions. Veremos e falaremos de muito futebol.
Mas, se preparem. Grandes manchetes voltarão a ser abocanhadas pelo tresloucado mercado da bola.
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