Real Madrid enfrenta 'match point' contra o Barcelona
Antes do início do Campeonato Espanhol, o Real Madrid tinha ares de favoritaço. O bicampeonato era uma barbada.
Afinal, o Real, além de campeão espanhol, é o bi europeu. Acabou o primeiro semestre voando, atropelando quem aparecesse na frente. Encontrou um Isco mágico com a titularidade no meio de campo. E mostrou reservas de muitas garantias, liderados por Asensio e Morata, que deram conta do recado quando necessário e mostraram que pediriam passagem logo logo.
Já o Barcelona… bem, o Barcelona, além de ter acabado bem mal a temporada, dando sinais de decadência, perdeu simplesmente Neymar, com requintes de humilhação, no mercado de verão. E ainda levou um "não" do Liverpool, apesar de tanto insistir por Philippe Coutinho.
Acelere a fita e estamos no fim do ano. O Barcelona tem 11 pontos de vantagem para o Real Madrid, ainda que este tenha um jogo a menos, devido à viagem para o Mundial.
O time de 2017 acaba o ano contra a parede.
O Real tropeçou no começo da temporada. Isso quase sempre acontece, os dois gigantes vira e mexe dão umas escorregadas no início do campeonato. Só que não foi o caso com o Barcelona de Ernesto Valverde, mesmo sem Neymar.
O Barça só não venceu Atlético de Madri e Valencia fora de casa, resultados normais, e tropeçou com o Celta em casa. Foram 13 vitórias até agora, com três empates e nenhuma derrota. Daí, a vantagem expressiva.
O Real Madrid chega ao clássico com o troféu do Mundial no bolso, mas sabedor de que essa é a principal "final" de dezembro para o clube. É uma espécie de match point. Que o Real só salva com vitória. Isso quer dizer que o Barcelona será campeão caso não perca? Ainda não. Até porque o Atlético de Madri está perto e vai se reforçar no mercado de janeiro. Mas é difícil o Real buscar o título se não conseguir diminuir a desvantagem no confronto direto.
O Real ganhou três dos últimos cinco clássicos contra o Barça. Mas, em casa, no Santiago Bernabéu, perdeu quatro dos últimos seis confrontos.
Só 1 dos últimos 14 clássicos acabou empatado. Em só 2 dos últimos 25 clássicos algum time ficou sem marcar. Só 1 dos últimos 30 clássicos teve menos de dois gols marcados. Ou seja, a tendência do jogão nos últimos anos tem sido de gols e alternância de placar.
Desta vez, é plausível acreditar que o Real Madrid tomará o comando das ações e terá mais posse de bola. Zidane tem todos os titulares à disposição e um time que já sabemos de cor. Casemiro, Kroos e Modric formam o melhor meio de campo do mundo. Isco flutua na armação para Cristiano Ronaldo e Benzema. É um time que já provou nos últimos anos que cresce quando importa.
O Barcelona, ao contrário dos últimos anos, é um time mais equilibrado e menos exposto defensivamente com Valverde. Paulinho não é titular sempre, mas fatalmente será no sábado, até porque tem muita explosão e chegada à frente. Sua presença faz com que Iniesta e Rakitic tenham mais liberdade em determinadas situações. E, claro, Messi e Suárez são a garantia na frente de que qualquer coisa pode acontecer.
Messi já fez 14 gols no Bernabéu. Cristiano Ronaldo também tem o Barça como uma das vítimas prediletas. Os dois maiores do século.
É o maior jogo de futebol do mundo. E com aquele componente político que conhecemos – nesta semana foram realizadas eleições na Catalunha, os ânimos estão à flor da pele e a arquibancada mostrará isso. Quem gosta de futebol, não pode perder.
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