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Julio Gomes

Todos os cenários que podem botar (ou tirar) o Flamengo na Libertadores-18

Julio Gomes

01/12/2017 06h00

Com a grande vitória sobre o Junior na Colômbia, na noite de César, o Flamengo disputará a final da Copa Sul-Americana contra o Independiente. Convém não subestimar o time argentino, que é grande – é o maior campeão da história da Libertadores.

Apesar do alívio momentâneo e da presença em mais uma decisão, em um ano em que o clube transita o tempo inteiro entre o trágico e o aceitável, o Flamengo ainda não está garantido na Libertadores do ano que vem. Longe disso.

Tudo dependerá do jogo contra o Vitória, domingo, em Salvador, pela última rodada do Brasileiro. E, talvez, da final continental.

O melhor cenário é bater o Vitória e já se garantir na fase de grupos da Libertadores, jogando a decisão somente pela taça. Mas, se não vencer em Salvador, o Flamengo muito provavelmente precisará ganhar a Sul-Americana para jogar a Libertadores de 2018. O jogo de ida será na Argentina, quarta que vem, com a volta no Rio, dia 13 de dezembro.

Entenda todas as possibilidades:

– Flamengo vence Vitória no domingo. Neste caso, estará diretamente classificado para a fase de grupos da Libertadores e a final da Sul-Americana servirá "apenas" pelo título (e para eventualmente abrir uma nova vaga na Libertadores para outro time brasileiro).

– Flamengo empata com o Vitória. Neste caso, só garantirá vaga na fase de grupos se Vasco, Botafogo e Chapecoense não vencerem seus jogos. Garante vaga na pré-Libertadores caso um ou dois destes três times citados não vençam (neste caso, o título da Sul-Americana serviria para o Flamengo escapar da fase prévia e entrar direto nos grupos). Porém, se o Fla empatar e Vasco, Botafogo e Chape vencerem no domingo, aí o rubro-negro acabará o Brasileirão em nono lugar e dependerá do título da Sul-Americana para jogar a Libertadores-2018. Sem título, sem vaga.

– Flamengo perde do Vitória. Neste caso, só garantirá vaga na fase de grupos se o Vasco perder também e se Botafogo, Chapecoense e Atlético-MG não vencerem seus jogos. Garante vaga na pré-Libertadores se dois dos quatro times citados acima tropeçarem (Vasco perder, Fogo, Chape e Galo não ganharem). Se três deles ou se todos eles conseguirem o resultado que lhes interessa, o Flamengo dependerá do título da Sul-Americana para jogar a Libertadores.

O Vasco joga em casa contra uma já rebaixada Ponte Preta. O Botafogo joga também em casa contra um desinteressado Cruzeiro. A Chapecoense joga contra um desesperado Coritiba, que precisa do resultado para não cair. E o Atlético-MG recebe um Grêmio de ressaca e que não terá nem o técnico no banco.

É muito, muito, muito difícil imaginar que Vasco e Atlético-MG não vençam seus jogos. A vitória do Botafogo é provável, e a Chapecoense é quem tem o jogo mais duro.

Portanto, se o Flamengo derrotar o Vitória (que também depende do resultado para se manter na Série A) estará na fase de grupos da Libertadores. Se empatar ou perder, a pré-Libertadores é uma possibilidade, mas dependeria de tropeços alheios.

O Vitória é o pior mandante do Brasileiro, com 14 pontos somados em 18 jogos (três vitórias, cinco empates e dez derrotas), 26% de aproveitamento – ganhou só um dos últimos oito jogos no Barradão. O Flamengo é o quinto pior visitante, com 17 pontos em 18 jogos (quatro vitórias, cinco empates e nove derrotas), 31% de aproveitamento – ganhou só um dos últimos onze jogos fora de casa pelo Brasileiro, com oito derrotas nos últimos nove.

O jogo do turno, em 6 de agosto, teve vitória dos baianos por 2 a 0, o que selou a demissão de Zé Ricardo do Flamengo. No retrospecto histórico, no entanto, os cariocas têm ampla vantagem. Nos últimos dez anos, o Flamengo jogou seis vezes em Salvador, com duas vitórias, três empates e só uma derrota.

Um mau resultado no Barradão deverá colocar no time de Rueda toda a pressão do mundo para vencer a Sul-Americana e salvar 2017 (que acabaria com um título) e 2018 (garantindo vaga na Libertadores).

 

Sobre o Autor

Julio Gomes é jornalista esportivo desde que nasceu. Mas ganha para isso desde 1998, quando começou a carreira no UOL, onde foi editor de Esporte e trabalhou até 2003. Viveu por mais de 5 anos na Europa - a maior parte do tempo em Madrid, mas também em Londres, Paris e Lisboa. Neste período, estudou, foi correspondente da TV e Rádio Bandeirantes e comentarista do Canal+ espanhol, entre outras publicações europeias. Após a volta para a terrinha natal, foi editor-chefe de mídias digitais e comentarista da ESPN e também editor-chefe da BBC Brasil. Já cobriu cinco Copas do Mundo e, desde 2013, está de volta à primeira das casas.

Sobre o Blog

Este blog fala (muito) de futebol, mas também se aventura em outros esportes e gosta de divagar sobre a vida em nossa e outras sociedades.